O ex-presidente Jair Bolsonaro entrou com uma queixa-crime para tentar intimidar o hacker Walter Delgatti Neto, que contou para a Polícia Federal e para a CPMI do Golpe sobre os planos e propostas golpistas que foram feitas por Bolsonaro em reuniões.
Nos depoimentos, Delgatti contou que Bolsonaro queria que ele assumisse a autoria sobre um grampo que teria sido feito contra o ministro Alexandre de Moraes, além de ser “garoto propaganda” das fake news.
Bolsonaro agora o está acusando de calúnia por suposta “imputação falsa” de crime.
Walter Delgatti Neto contou que o contato com o então presidente Bolsonaro aconteceu através da deputada Carla Zambelli (PL-SP).
Em uma ligação telefônica, Jair Bolsonaro contou a Delgatti que seu grupo tinha conseguido grampear Alexandre de Moraes e “que teria conversas comprometedoras do ministro, e ele precisava que eu assumisse a autoria desse grampo”, relatou o hacker. Bolsonaro prometeu um perdão presidencial caso Delgatti fosse preso.
Walter relatou os mesmos fatos para a Polícia Federal.
O hacker também falou que se reuniu com Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada, em agosto de 2022. Também participaram da reunião Carla Zambelli e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid.
Nesse encontro, Bolsonaro chamou Delgatti para participar dos planos de invasão e difamação, a partir de fake news nas redes sociais, das urnas eletrônicas.
Na manhã de segunda-feira (28), o ex-ajudante de ordens Mauro Cid prestou depoimento à Polícia Federal sobre os encontros e planos relatados por Walter Delgatti.
Walter Delgatti Neto foi preso por ter invadido o sistema da Justiça Federal a pedido de Carla Zambelli, que pagou R$ 40 mil pelo serviço.
O hacker inseriu no sistema um mandado de prisão falso contra Alexandre de Moraes. De acordo com seu relato, a falsa ordem de prisão tinha sido enviada para ele por Zambelli. Ele só corrigiu os erros de português.