“O que nós pudermos fazer para privatizar parte das estatais, nós faremos”, declarou Bolsonaro após a privatização de 22 aeroportos
Jair Bolsonaro comemorou a privatização dos 22 aeroportos situados em 12 estados, até então sob a administração da Infraero, no leilão realizado nesta quarta-feira (7/4) na Bolsa de Valores.
“Todas as estatais são importantes. O que nós pudermos fazer para privatizar parte das estatais, nós faremos”, declarou ao entregar a maior pista de pousos e decolagens do Sul ao Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu/Cataratas, no Paraná, um dos 22 aeroportos privatizados. O total da obra foi de R$ 53,9 milhões, sendo 80% oriundos da estatal Itaipu e 20% da Infraero.
“Como disse o presidente da Infraero (Hélio Paes de Barros Júnior), não teríamos recurso para investir mais pelo Brasil se nós não passarmos para a iniciativa privada a administração desses aeroportos e portos que estão na pauta de concessões nos próximos dias”, disse Jair Bolsonaro.
O leilão foi dividido em três blocos reunindo aeroportos do Norte, Centro e Sul do país. O total arrecadado foi de R$ 3,302 bilhões e, como em toda privatização, grande parte dos recursos vão direto para os bancos, para abater a dívida pública.
Os aeroportos, juntos, respondem por 11% do total do tráfego aéreo de passageiros do país, equivalente a 24 milhões de passageiros por ano.
O grande vencedor do leilão foi o Grupo CCR, através da Companhia de Participações em Concessões, que já atua na concessão do aeroporto de Confins (MG) e arrematou agora os 15 aeroportos dos blocos Sul e Central. A CCR é uma empresa que foi criada e cresceu obtendo concessões de infraestrutura, transportes e serviços. Em estradas tem a concessão de 3,955 km, com destaque para a Via Dutra que liga São Paulo ao Rio de Janeiro.
O Bloco Sul é formado por nove terminais: Curitiba, Bacacheri, Foz do Iguaçu e Londrina (PR), Navegantes e Joinville (SC), Pelotas, Uruguaiana e Bagé (RS). O Bloco Central por seis terminais: Goiânia (GO), Palmas (TO), São Luís e Imperatriz (MA), Teresina (PI) e Petrolina (PE).
O Bloco Norte foi entregue ao grupo francês Vinci Airports, que administra os aeroportos de Lisboa e Santiago. O bloco inclui o Aeroporto Internacional de Manaus, o 3° maior aeroporto de cargas do Brasil, por onde escoa boa parte das exportações realizadas pela Zona Franca, os aeroportos de Tabatinga e Tefé (AM); Porto Velho (RO); Boa Vista (RR), e Rio Branco e Cruzeiro do Sul (AC). A múlti francesa já administra o aeroporto de Salvador (BA).
Os vencedores da licitação deverão fazer investimentos que somam R$ 6,1 bilhões ao longo de 30 anos.