
A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário e do Ministério Público da União (Fenajufe) repudiou a declaração feita por Bolsonaro sobre os reajustes aos policiais federais e ao conjunto do funcionalismo. “Digo a vocês publicamente, PRF, o grande problema não é o nosso lado, são colegas, outros servidores, que não admitem reestruturar vocês sem dar aumento até abusivos para o outro lado”, disse Bolsonaro, em coletiva de imprensa na segunda-feira (30).
De acordo com Lucena Pacheco, coordenadora-geral da Fenajufe, Bolsonaro traiu os policiais e está tentando “criar uma cortina de fumaça para dividir a luta das categorias”.
“A inflação corrói o poder de compra de todos os servidores no supermercado, no posto de gasolina e no aluguel”. “Não pedimos nada além da recomposição inflacionária para todo o funcionalismo, sem discriminação ou favorecimentos. Inclusive para os policiais. Bolsonaro pode terminar seu mandato como o único governo pós redemocratização a dar 0% de reajuste ao funcionalismo público”, completa Lucena.
Para fazer chantagem em relação ao reajuste dos funcionários públicos, que estão há quatro anos sem a reposição das perdas, Bolsonaro anunciou um corte de R$ 8,2 bilhões no Orçamento, sendo R$ 3,23 bilhões do orçamento do Ministério da Educação (MEC), o que gerou uma revolta geral entre reitores, estudantes e entidades da Educação.
Segundo o governo, os cortes seriam para conceder o reajuste 5%, o que para a Fenajufe “é insuficiente” diante das perdas salariais dos últimos anos. Nesta terça-feira, os servidores realizam um ato na Câmara dos Deputados em defesa da recomposição salarial.