Bolsonaro trata negro como animal na véspera do 13 de Maio

Bolsonaro no cercadinho do Palácio da Alvorada. Foto: Reprodução - Youtube
Ele é reincidente: é a segunda vez que usa o termo “arroba”, medida para pesar gado, quando vê um negro

Jair Bolsonaro (PL) voltou a delinquir ao usar expressão racista durante conversa com apoiadores no “cercadinho” do Palácio da Alvorada na última quinta-feira (12). “Conseguiram te levantar, pô? Tu pesa o quê, mais de 7 arrobas, não é?”, disse ele a homem negro, que era o presidente da Câmara Municipal de Holambra (SP), Mauro Sérgio de Oliveira, seu apoiador.

Na conversa, o chefe do Executivo ri e ironiza o fato de ter sido alvo da Justiça por ter usado a expressão de cunho discriminatório. “Sabia que já fui processado por isso? Chamei um cara de oito arrobas”, afirmou.

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) repudiou mais um ato racista de Bolsonaro.

O deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) criticou a fala racista de Bolsonaro lembrando vídeos machistas do novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida. “No mesmo dia em que o presidente da República repete uma fala racista pela qual já foi condenado, circulam vídeos machistas do novo ministro de Minas e Energia. Tudo indica que preconceito e discriminação são pré-requisitos para fazer parte do governo Bolsonaro”, declarou o deputado.

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) anunciou que ele e a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), devem entrar com representação na PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre o caso. “O presidente Bolsonaro, ao dizer que ‘negros são pesados por arrouba’, comete crime de racismo. O PT através [por meio] da presidenta Gleisi e eu iremos representá-lo na PGR”, afirmou Teixeira.

“Mais uma vez, Jair Bolsonaro comete a prática do racismo, que é crime inafiançável! Isso é culpa, também, da impunidade que há com os racistas no Brasil. É inadmissível! Não podemos mais permitir. #BolsonaroRacista”, escreveu a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) em mensagem no Twitter.

REINCIDENTE

Antes de assumir a Presidência da República, Bolsonaro foi denunciado pela PGR e condenado pela Justiça de primeira instância por ter afirmado que visitou comunidade quilombola e que “o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas” e que “nem para procriador ele serve mais”.

A acusação da PGR foi rejeitada pela Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) em 2018. Talvez, se o delinquente tivesse sido punido não voltaria de delinquir.

INDIGNAÇÃO E PROTESTOS

Congressistas negros da oposição protestaram contra mais essa declaração de teor racista do presidente da República.

Entre as manifestações públicas, estão as publicações feitas por Orlando Silva (PCdoB-SP), Benedita da Silva (PT-RJ), Talíria Petrone (PSol-RJ) e Vicentinho (PT-SP).

APARELHAMENTO DA FUNDAÇÃO PALMARES

Bolsonaro nomeou para chefia do órgão federal de promoção da cultura afro-brasileira um jornalista que não considera que haja racismo no Brasil e que já se referiu ao movimento negro como “escória maldita”.

À frente da Fundação Palmares até o último dia 1º de abril, Sérgio Camargo não atendeu nenhuma liderança negra em mais de três anos de gestão e é acusado de assédio moral.

QUILOMBOLAS

Quilombolas são descendentes e sobreviventes de comunidades formadas por escravizados fugitivos, os quilombos. Eles têm direito à propriedade dessas terras, conforme a Constituição de 1988.

Mais de 200 territórios quilombolas não reconhecidos aguardam parecer da fundação para avançar no processo de titulação.

M. V.

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