O serviçal se somou às pressões indevidas da Casa Branca contra decisões soberanas do Brasil em relação à autorização para que navios iranianos atracassem em portos brasileiros
Jair Bolsonaro participou de um encontro da extrema direita, nos Estados Unidos, no final da semana passada, e não perdeu a oportunidade de mostrar que é um capacho. Com o intuito de agradar a extrema direita americana, ele atacou a soberania brasileira e pediu ao governo dos Estados Unidos a aplicação de sanções econômicas contra o Brasil.
O governo norte-americano, através do Departamento e Estado, da embaixadora no Brasil, de parlamentares da extrema direita e demais trogloditas já vinha ameaçando o Brasil por sua decisão soberana de atender a um pedido feito pelo Irã e autorizar a atracagem de dois navios iranianos em portos brasileiros para reabastecimento. Agora, Bolsonaro mostra todo o seu servilsmo à Casa Branca e se soma a eles no desrespeito à autonomia e à soberania do Brasil.
O Irã é um país com quem o Brasil tem relações diplomáticas normais e não tem nenhum atrito ou contenda. Os Estados Unidos, ao contrario, já estão há muitos anos aplicando sanções unilaterais, e sem autorização da ONU, contra o Irã. Tudo por este país recusar-se a se submeter aos seus ditames imperiais.
A Casa Branca e a CIA, na verdade, nunca engoliram a decisão soberana dos iranianos de derrubar o regime entreguista do Xá Rezā Pahlevi e nacionalizar o seu petróleo para usá-lo em benefício de seu povo e de seu desenvolvimento.
Bolsonaro está praticamente foragido nos Estados Unidos, país com o qual sempre teve uma postura de tiete. Desde sua derrota nas eleições presidenciais do ano passado, ele não dá as caras por aqui. O Brasil realmente o aguarda com vários inquéritos, que vão desde a tragédia provocada pelo seu negacionismo na pandemia, passando pelo genocídio dos yanomamis e pela tentativa frustrada de golpe de Estado, até o recente escândalo das joias contrabandeadas na mochila de um assessor de ministro.
Além de se lixar para os problemas brasileiros, como aliás fez durante todo o seu governo, Bolsonaro agora se alia a um país estrangeiro para agredir e ameaçar o Brasil e desrespeitar a sua soberania. Não é à toa que, apesar de fazer demagogia com o verde e amarelo e a bandeira brasileira, ele sempre apareceu fazendo continência para a bandeira norte-americana.
A sugestão do traíra aos americanos foi comemorada entusiasticamente pelo senador republicano de extrema-direita, Ted Cruz, que já vinha fazendo ameaças desrespeitosas ao Brasil. Ele, inclusive, apresentou o pedido de sanções contra o Brasil à administração do presidente Joe Biden.
Ted Cruz disse que se o governo Biden não aprovar as sanções, levará as propostas para a Câmara onde os republicanos têm maioria. “A atracação de navios de guerra iranianos no Brasil é um desenvolvimento perigoso e uma ameaça direta à segurança dos norte-americanos. Os Estados Unidos têm sanções e leis antiterrorismo projetadas exatamente para deter e responder a essas ameaças”, diz um trecho de sua declaração.
“No entanto, nossas leis antiterrorismo são projetadas para proteger os norte-americanos e não são opcionais. A administração Biden é obrigada a impor sanções relevantes, reavaliar a cooperação do Brasil com os esforços antiterroristas dos EUA e reexaminar se o Brasil está mantendo medidas antiterroristas eficazes em seus portos. Se o governo não o fizer, o Congresso deve forçá-lo a fazer”, completou o senador. Esses são os “amigos” de Bolsonaro.