
“Se precisar, iremos à guerra”, disse ele em Umuarama na sexta-feira. Escalou Marques para livrar quem espalhou fake news e desrespeitou as leis, sinalizando que pretende fazer o mesmo
Quanto mais se aproximam as eleições, mais Jair Bolsonaro demonstra seu medo do julgamento das urnas. Na sexta-feira, em Umuarama (PR) ele voltou a ameaçar a democracia e as eleições. “Se precisar iremos à guerra, mas quero o povo ao meu lado consciente do que está fazendo e porque está lutando”, disse ele, ao atacar novamente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Temos que nos informar e nos preparar. Não podemos deixar que o Brasil siga o caminho de outros países da América do Sul”, afirmou ele, referindo-se às derrotas de candidatos com o mesmo perfil seu na América Latina. Ele está atrás nas pesquisas porque simplesmente abandonou o país, vive passeando e se divertindo enquanto o país afunda na mais grave crise econômica e social que o país já viveu.
INFLAÇÃO FORA DE CONTROLE
A inflação está fora de controle e a fome já atinge agudamente cerca de 19 milhões de brasileiros. A taxa de investimento está nos patamares mais baixo da história. O governo corta os investimentos públicos para alimentar a especulação financeira. A indústria está sendo destruída com os juros mais altos do mundo. O mercado interno está sendo asfixiado como arrocho dos salários e o desemprego. A renda dos trabalhadores não para de cair e os empregos de qualidade não se recuperam.
Não se vê da parte de Bolsonaro nenhuma proposta para enfrentar esses graves problemas. Ele só aparece em viagens de passeio e de campanha eleitoreira. Não se vê o governo debruçado sobre o sofrimento da dona de casa e do chefe de família que não conseguem comprar os alimentos e nem mesmo têm dinheiro para comprar o gás de cozinha que Bolsonaro prometeu a R$ 30 e que está sendo vendido a R$ 150. Pressionado pelo Congresso Nacional, foi criado o “vale-gás”, mas, o governo só aceitou que fosse de R$ 50, valor que não compra nem um terço de um botijão.
GOVERNO ESTÁ VENDENDO O BRASIL
A “solução” que Bolsonaro apresenta ao país é vender a Nação. Ofereceu a Amazônia a um bilionário americano. Disse que o bilionário saberia cuidar melhor da Amazônia do que os militares brasileiros e os órgãos de controle nacionais, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), instituição elogiada no mundo inteiro por sua capacidade tecnológica de controle da Amazônia. Depois ofereceu a Eletrobrás, maior empresa de Energia da América Latina, empresa lucrativa, construída pelo povo brasileiro, para o capital estrangeiro. Não satisfeito, está decidido à entregar a Petrobrás e o petróleo brasileiro para os americanos.
Ou seja, está cumprindo o que prometeu no jantar que ofereceu a grupos de extrema direita americanos, em março de 2019, logo após tomar posse. Bolsonaro disse, na ocasião, que seu governo não vinha para construir nada. Temos que destruir muita coisa que foi feita até agora, prometeu ele. Agora, acelerou esse processo de traição nacional em sua busca de apoio internacional para sua permanência no poder.
A tal luta pela “liberdade”, apregoada como uma falácia, uma demagogia com feições fascistas. O que ele quer é a liberdade para a violência, a agressão, as ameaças às instituições. Tanto que não deixou de ameaçar o Supremo Tribunal Federal e o (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se perder a eleição. Escalou seu ministro no STF, Nunes Marques, para afrontar o plenário da Corte e devolver o mandato de um parlamentar cassado exatamente por propagar mentiras sobre as urnas eletrônicas e outro por roubar descaradamente o pleito.
TENTATIVAS DE MANIPULAR FFAA
Em mais um escândalo na “República das rachadinhas”, ele soube antes de se tornar oficial a decisão de Nunes Marques, numa clara articulação para enfraquecer a autoridade da Justiça Eleitoral. Depois seguiu provocando. “Tem coisas que fica complicado realmente confiar no sistema eleitoral. Não estou atacando a democracia ou o Tribunal Superior Eleitoral. Eu estou desafiando os próprios ministros do Supremo a, em público, vir debater comigo a questão”, disse Jair Bolsonaro.
Diante da afirmação do ministro Alexandre de Moraes, de que aplicará no pleito deste ano o entendimento de equiparar plataformas digitais a meios de comunicação, Bolsonaro voltou a insinuar que não acatará a decisão. Essa é a visão dele”, afirmou. “Eles convidam as Forças Armadas a participar de uma Comissão de Transparência Eleitoral, as Forças Armadas detectam mais de 500 vulnerabilidades e apresentam 9 sugestões. Não querem acolhê-las. Pior, nem querem debater. Ninguém quer uma eleição sob suspeição”, provocou Bolsonaro.
Esta é mais uma de suas mentiras, já que o TSE respondeu a todas as dúvidas de todas as entidades e instituições que participaram da Comissão de Transparência, criada pelo próprio órgão da Justiça Eleitoral. A manifestação golpista é uma prova de que Bolsonaro está se preparando – e preparando suas milícias, para um desfecho eleitoral desfavorável. Ou seja, está preparando suas hordas para um arremedo do que seu guru aprontou no Capitólio quando foi rechaçado pelo povo americano.