Repetiu que os nordestinos são “arataca”, “cabra da peste”, “cabeçudo” e “pau de arara”. No Ceará, foi vaiado ao citar o nome de um de seus aliados na região
Jair Bolsonaro (PL) voltou a agredir a população nordestina na terça-feira (8), ainda em Pernambuco. Cobrado pela declaração feita na live de quinta passada, na qual usou a expressão “pau de arara” para se referir aos nordestinos, ele repetiu a ofensa. “Eu sempre me referi, entre os amigos, né, cabra da peste, pau de arara. Me chamam de alemão também, sem problema nenhum. Arataca, cabeçudo, pô, é isso aí, valeu”, apontou.
Por conta do ocorrido, ele se tornou alvo de uma notícia-crime protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF). A notícia-crime foi apresentada pelo advogado pernambucano João Arnaldo Novaes. O pedido é pela remoção do conteúdo das redes sociais do presidente, já que a frase foi proferida durante uma live presidencial.
No Ceará, Bolsonaro não agradou nem um pouco ao tentar fazer campanha para um de seus puxa-sacos locais. A vaia explodiu assim que ele falou o nome de seu comparsa. “Também aqui o deputado federal Pedro Augusto”, disse, já sem conseguir ser ouvido e debaixo de vaias. O situação ocorreu durante uma solenidade em que os dois aproveitaram para fazer campanha política.
Em sua estada no Rio Grande do Norte, sem apresentar soluções para os graves problemas do país, como inflação galopante, a carestia e desemprego de milhões de brasileiros, Bolsonaro distribuiu ofensas para todo lado.
Sob pressão da queda nas pesquisas, o capitão cloroquina discursou em tom agressivo em Jucurutu e Jardim de Piranhas, municípios do Rio Grande do Norte. Ele distribuiu ataques ao PT, ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e ao Poder Judiciário, chamando os petistas, por exemplo, de canalhas e dizendo que país não tem futuro com a volta deles ao poder. Disse também que “os ladrões querem voltar” na eleição de outubro.
Seguindo sem ter o que apresentar, já que não governa e só passeia, Bolsonaro disparou palavrões contra adversários. Num deles atacou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Depois, viu que tinha exagerado e tentou consertar.
“Desculpa o palavrão aqui. Este era o Brasil. E alguns falam ‘o presidente é mal educado, fala palavrão’. Mas eu não roubo! Eu devo lealdade a vocês. Ah ‘o presidente é grosso, falou palavrão’. Quantos porcarias me antecederam que falavam bonito?”, afirmou.
Ao contrário do discurso de que não há roubos em seu governo, os esquemas de propina na compra de vacinas, as rachadinhas e o orçamento secreto bilionário desmentem o mandatário.
O que Bolsonaro faz, na verdade, é perseguir os que denunciam a corrupção em seu governo. Foi o que aconteceu, por exemplo, com o servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, que denunciou a cobrança de propina na compra da Covaxin e, logo depois à denúncia, foi exonerado do cargo e hoje está fora do país após sofrer várias ameaças de morte.
Vale lembrar, também, o que aconteceu com o Coaf (Conselho de Acompanhamento Financeiro), depois que o órgão revelou as falcatruas de seu filho “01”. Ele praticamente extinguiu o Coaf, que é a inteligência financeira do Ministério da Justiça, depois que foi descoberto o desvio de R$ 6 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa do Rio por parte de Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz.