
Durante o debate eleitoral deste sábado (24), promovido por um pool de veículos de imprensa formado por SBT, CNN, ‘Estadão’/Rádio Eldorado, Terra, Veja e Rádio Nova Brasil FM, Bolsonaro voltou a atacar uma jornalista mulher, após ser questionado sobre os casos de violência política.
No último bloco, quando o debate foi aberto para perguntas dos profissionais de imprensa, a jornalista de VEJA Clarissa Oliveira relembrou casos recentes de violência política e citou a fala de Bolsonaro na campanha de 2018, quando ele prometeu “fuzilar a petralhada”.
Após a jornalista questionar se Bolsonaro guardava algum arrependimento, o candidato foi grosseiro tentando se desvincular de agressões cometidas por seus apoiadores.
“Querer me responsabilizar por essas ações não tem cabimento”, disse Bolsonaro. “Querer imputar a mim essa responsabilidade foge ao jornalismo minimamente sério e é lamentável, com todo o respeito, o seu posicionamento”, disse.
No primeiro debate, realizado pela Band, Bolsonaro também foi agressivo, atacando com ofensas machistas a jornalista Vera Magalhães, que o questionou sobre cobertura vacinal. Ele disse que a profissional era uma “vergonha para o jornalismo”.
CORTES
No debate, que não contou a presença Lula, líder nas pesquisas eleitorais, os candidatos falaram sobre orçamento secreto, cortes em programas sociais e corrupção.
A candidata Simone Tebet (MDB) acusou Bolsonaro de tirar dinheiro das crianças com os cortes de recursos para merenda e creches feitos pelo governo.
“Você diz que defende as famílias, mas não respeitou a dor dos que perderam entes queridos na pandemia. Que você não respeita as mulheres brasileiras todo mundo já sabe. Hoje, mães têm que explicar para seus filhos o significado de palavras chulas e até palavrões que você fala a todo tempo, mas ter coragem de cortar dinheiro da merenda escolar e da creche? A pergunta que eu faço é por que o seu governo não dá prioridade às crianças no Brasil?”, questionou a senadora.
“O que é o que é, não reajusta merenda escolar, mas gasta milhões com leite condensado, tira remédio da farmácia popular, mas mantém a compra de viagra, não compra vacina para Covid, mas distribui prótese peniana para os amigos?”, questionou também a candidata Soraya Thronicke (União Brasil).
Tebet falou ainda sobre o descaso de Bolsonaro com a situação do país, afirmando que Bolsonaro “é um péssimo exemplo porque mente em cadeia nacional”. “Vamos aos fatos: você não trabalha, anda de jet ski, moto e não conhece a realidade do Brasil. É por isso que disse que o Brasil não tem fome”, afirmou.
STF
No debate, Bolsonaro voltou a criticar o STF (Supremo Tribunal Federal), afirmando que, num eventual segundo mandato, mudará a corte com as duas nomeações. Antes do debate, Bolsonaro comentou a decisão do ministro André Mendonça, que derrubou a censura contra a reportagem do site UOL sobre a compra de 51 imóveis em dinheiro vivo pela família do presidente.
“Viram a decisão do Supremo sobre imóveis ontem? Vamos cumprir a decisão do Supremo. O UOL fez um trabalho sujo. Desde 1990 levantou os imóveis que familiares meu compraram, não levantou o que venderam”, disse o presidente. “Continua valendo decisão do Supremo de ontem, mas quem persistir nos ataques de imóveis meu é da minha família vai responder Civil e criminalmente”.