“BolsoNero sai, a Amazônia fica”, defendem protestos pelo país

No Rio, artistas e parlamentares participaram do ato no dia 25 - Foto: Claudia Martini/Futura Press

Entre a sexta-feira (23) a segunda-feira (26), milhares de pessoas participaram de atos em ao menos 60 cidades do Brasil e do mundo contra o aumento desenfreado das queimadas na região da Amazônia. Segundo dados Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), durante os sete primeiros meses do governo Bolsonaro, as queimadas aumentaram em 82% na região, em comparação com o mesmo período de 2018.

Em São Paulo, milhares de pessoas se reuniram em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista, na noite de sexta-feira. Com gritos de ordem contra Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, eles ocuparam a Avenida no sentido Consolação por volta das 18h30 e bloquearam a pista instantes depois.

Os manifestantes pediram a saída do ministro Salles do cargo, e do próprio presidente. “Fora Salles” e “BolsoNero sai, a Amazônia fica” foram alguns dos coros que deram o tom da manifestação, que reuniu desde estudantes a empresários e representantes de ONGs.

Na sexta, no Rio de Janeiro, um grupo que inicialmente ocupou a Cinelândia, no centro, se transformou em uma multidão na Avenida República do Chile. Líderes de grupos de defesa do meio ambiente discursaram, e entre cada fala os ativistas fizeram coros contra Bolsonaro e Ricardo Salles. Também foi realizado um minuto de silêncio em protesto contra a política ambiental do governo federal.

No domingo, artistas, políticos e uma multidão de manifestantes se reuniram na orla de Ipanema, na zona sul do Rio.

Em conjunto com Caetano Veloso e a atriz Sônia Braga, a “comissão de frente” da marcha foi formada pelo ator Antonio Pitanga, o rapper Criolo, o jornalista do The Intercept Brasil Glenn Greenwald e os deputados federais Alessandro Molon (PSB-RJ), Marcelo Freixo (PSOL-RJ), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Benedita da Silva (PT-RJ) e David Miranda (PSOL-RJ).

O ato caminhou ao som de clássicos da MPB como “Sal da Terra”, “Amor de índio” e “Asa branca” e gritos de ordem contra Bolsonaro , Salles, e em defesa da Floresta Amazônica, como: “Fora Salles”, “Todos pela Amazônia” e “Bolsonaro sai, Amazônia fica”.

Os manifestantes cantaram clássicos da música popular brasileira e ergueram cartazes com dizeres como “Não queimem o nosso futuro” e “A Amazônia não aguenta mais”.

“Estou aqui para levantar a bandeira de preservação do meio ambiente, as queimadas da Amazônia evidenciaram a importância de se fazer isso”, disse Caetano.

Entre os manifestantes havia crianças, idosos, jovens e adultos, e o ato transcorreu com tranquilidade. Não houve impacto no trânsito, já que a pista da Avenida Vieira Souto é fechada como espaço de lazer todos os domingos.

O ato foi chamado pelo grupo @342 Amazônia, movimento liderado pela produtora e empresária Paula Lavigne. Indígenas presentes também entoaram cantos e frases contra o Governo Bolsonaro.

“O governo Bolsonaro tem uma visão atrasada sobre o papel do meio ambiente em relação ao desenvolvimento econômico. Para ele, se tem meio ambiente não tem desenvolvimento”, disse o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ). Ele disse ter proposto ao presidente da Câmara dos Deputados a implantação de uma comissão geral — espécie de audiência pública — para discutir o tema no dia 5 de setembro, o Dia da Amazônia.

O deputado quer ainda recolher assinaturas para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a “devastação da floresta”. “Não só as queimadas, mas também o desmatamento e o garimpo ilegal”, afirmou.

Ao fim do ato, Caetano Veloso pegou o microfone e cantou seu sucesso “Um índio”, acompanhado pelos manifestantes.

Manifestação em São Paulo. Foto: Mídia Ninja

No sábado, manifestantes se reuniram no centro de Belém, no Pará, e caminharam pela cidade com faixas com os dizeres “Salve a Amazônia” e “Holocausto Amazônico”.

Em Manaus, um grupo também caminhou pelo centro da cidade carregando cartazes e faixas. Em Natal, a manifestação contou a participação de indígenas de uma aldeia do sul do Estado do Rio Grande do Norte.

Os movimentos sociais de Belo Horizonte realizaram no domingo a em defesa da Amazônia, na Praça da Liberdade. Na Praça do Papa, no bairro Mangabeiras, na Região Centro-Sul da capital mineira, manifestantes se reuniram e saíram em passeata contra Bolsonaro pela Amazônia. Em Salvador, além do grande protesto realizado na sexta-feira, no domingo, manifestantes invadiram o Shopping Barra com cartazes e gritando palavras de ordem.

Manifestação na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro – Foto: Sputnik Brasil

Veja imagens dos atos por todo o país:

https://twitter.com/PapaiBozo/status/1165065210866130945?s=20
https://twitter.com/IsaGrazini/status/1165064218426642432?s=20
https://twitter.com/NastaciaQueen/status/1165032227140460551?s=20

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *