
O genocídio de Israel contra o povo palestino continua a avançar não só em Gaza mas também na Cisjordânia. O bairro formado a partir do campo de refugiados vindos a Jenin, na Cisjordânia, em 1953, até então região não ocupada pelas forças de Israel. Agora sob ocupação, tornou-se totalmente inabitável devido aos ataques israelenses continuados por 68 dias.
Os ataques causaram uma onda de destruição contra a população civil local. Moradias foram demolidas ou incendiadas. De outras, seus moradores são expulsos para abrigar militares israelenses que invadem e ocupam o que sobrou do bairro.
A Prefeitura de Jenin se pronunciou, no dia 29, exatamente nestes termos: “O bairro dos refugiados em Jenin se tornou totalmente inabitável devido ao ataque israelense contínuo que chega ao 68º dia, com demolição generalizada, queima de casas e transformação de outras em quartéis militares”.
De acordo com o comitê de mídia de Jenin, mais de 600 casas foram destruídas, 3.250 unidades habitacionais ficaram inabitáveis e mais de 21.000 palestinos fugiram do local e vilarejos vizinhos
Além disso, as forças israelenses estão impondo bloqueios severos e generalizados na província de Jenin que abriga 360.000 pessoas.
Outra das cidades cisjordanas sob a destruidora barbárie israelense é a cidade de Tulkarem que os israelenses estão atacando a cidade há 62 dias, escalando a presença militar na cidade, mobilizando escavadeiras e usando drones para demolir mais casas.
O Crescente Vermelho Palestino (correspondente à Cruz Vermelha), relata que, nas últimas horas, trataram de um jovem de 19 anos alvejado na perna, uma jovem de 18 sofrendo de inalação de gás lacrimogênio, um homem de 25 anos baleado e uma mulher de 59 anos também atingida na perna.
Na Cisjordânia, o regime fascista israelense procura tirar proveito da atenção mundial à destruição na Faixa de Gaza para estender o genocídio à Cisjordânia palestina. Desde os ataques de 7 de outubro de 2023, 15.700 foram presos, mais de 939 palestinos foram mortos e mais de 7.000 ficaram feridos em ataques de colonos e do exército de Israel. O objetivo de Israel para a Cisjordânia não tem se mostrado diferente do massacre em Gaza: é a total limpeza étnica de palestinos e a anexação da região para impedir qualquer reconhecimento e estabelecimento de um Estado para o povo palestino.
EM GAZA, 15 MÉDICOS E ENFERMEIROS SÃO EXECUTADOS A SANGUE FRIO
O Crescente Vermelho Palestino informou que, no dia 22 de março, tropas israelenses cercaram diversas de suas ambulâncias que atuavam no bairro Tel Sultan, em Rafah, ao sul da Faixa de Gaza, logo após a região ter sofrido ataque por mísseis do agressor.
Após ser notificado de que funcionários de saúde haviam se ferido, o Crescente Vermelho perdeu contado com a equipe cercada e a entrada na área foi bloqueada, inclusive para ambulâncias.
Desde o corte no contato com seu pessoal, o Crescente Vermelho passou a informar amplamente do cerco e passou a responsabilizar Israel pelos danos a seu pessoal médico. Fez apelos a entidades internacionais para que pressionassem Israel no intuito de permitir o acesso de suas equipes a Tel Sultan, mas foi tudo em vão, as organizações informavam que não conseguiam acesso ao local cercado.
Somente na quinta-feira, dia 27 de março, um grupo coordenado pela Cruz Vermelha conseguiu chegar ao local para descobrir que as tropas israelenses haviam executado os profissionais de saúde e os enterrado próximo às tendas militares dos invasores. A Cruz Vermelha verificou que todas as ambulâncias do Crescente Vermelho e da Defesa Civil, que haviam sido cercadas no dia 22, estavam destruídas.
No total foram nove médicos executados com tiro na testa e seis enfermeiros.
As vítimas do Crescente Vermelho são Ezz Al-Din Shaath, Mustafa Khafaja, Saleh Ma’mar, Mohammed Bahloul, Ashraf Abu Labda, Mohammed Al-Hayla, Rifat Radwan, Asaad Al-Nasasra e Raed Al-Sharif
As vítimas da Defesa Civil são Fouad Al-Jamal, Youssef Khalifa, Anwar Al-Attar, Zuhair Al-Farra, Sameer Al-Bahabsa e Ibrahim Al-Maghari.
A descoberta do assassinato de médicos e enfermeiros só aconteceu, portanto, nove dias depois de Israel haver rompido o cessar-fogo em Gaza, com os primeiros ataques na noite do dia 18 de março. Naquela primeira noite de bombardeio foram mortos 400 palestinos, sendo 200 crianças e 1.900 ficaram feridos. Desde então o cessar-fogo foi suspenso, o morticínio voltou a ser diário e a troca de prisioneiros israelenses e palestinos, que estava acontecendo desde janeiro, está suspensa.
Mais de 400 profissionais de saúde, incluindo médicos, enfermeiros motoristas de ambulâncias e professores, foram assassinados desde o 7 de outurbro de 2023, diz informe da Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, emitido esta semana. Os mortos incluem 289 integrantes de equipes da ONU, 34 do Crescente Vermelho Palestino e ainda 76 de outras organizações humanitárias.
o povo palestino.