Bombas contra famílias deixaram ainda 108 feridos, segundo autoridades médicas locais
As forças de ocupação israelenses realizaram mais três massacres contra famílias da Faixa de Gaza neste sábado (30), em bombardeios que ocasionaram a morte de pelo menos 47 palestinos e ferimentos em outros 108, segundo relatórios médicos.
Autoridades de saúde confirmaram que o número de palestinos que perdeu a vida desde a investida bárbara de Israel, iniciada em outubro de 2023 aumentou para 44.429 vítimas fatais, com mais 105.250 pessoas sofrendo ferimentos, sendo a maioria mulheres e crianças. Conforme as organizações de saúde e direitos humanos, já são mais de 25 mil crianças mortas, mais de 20 mil meninos e meninas amputados e mais de 20 mil órfãos.
No domingo, foi relatado o assassinato de mais sete palestinos – e inúmeros feridos – pelas contínuas arremetidas israelenses. Com apoio estadunidense, as tropas de Netanyahu continuam a arrasar edifícios residenciais como parte da sua guerra genocida em curso.
Uma fonte médica informou à agência turca Anadolu que outros quatro palestinos faleceram e muitos sobreviveram com sequelas após os bombardeios de um acampamento em Shaboura, no centro da cidade de Rafah, ao sul de Gaza neste domingo. A mesma fonte acrescentou: “Duas crianças morreram e outros ficaram feridos como resultado da ação de um helicóptero que lançou bombas contra uma tenda de campanha que abrigava pessoas deslocadas no sul da área de Al-Mawasi, a oeste da cidade de Khan Yunis”.
LIMPEZA ÉTNICA
Testemunhas oculares asseguraram que “veículos militares israelenses estacionados a leste de Khan Yunis dispararam projéteis de artilharia contra a cidade de Rafah”, numa clara política de limpeza étnica.
No centro da Faixa de Gaza, outro palestino foi morto num bombardeio que teve como alvo uma casa nas terras do Mufti [acadêmico islâmico a quem é reconhecida a capacidade de interpretar a lei], ao norte do campo de Nuseirat, declararam médicos.
De acordo com as mesmas fontes, os serviços de emergência sequer conseguiram se aproximar de muitas das vítimas e que há muitos corpos presos sob os escombros ou espalhados nas estradas do enclave devastado. A falta de apoio é motivada pelas forças de ocupação que também continuam a obstruir o movimento de ambulâncias e equipes de defesa civil, várias delas sendo alvo privilegiados – junto com os jornalistas – das suas balas e bombas.
O chefe da agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, defendeu uma ação emergencial, pois, em média, dez crianças perdem uma ou ambas as pernas todos os dias no enclave.
Apesar dos pronunciamentos do Conselho de Segurança das Nações Unidas por um cessar-fogo imediato e das diretrizes do Tribunal Penal Internacional (TPI) pela imediata prisão do primeiro-ministro israelense por crime de genocídio, a situação humanitária em Gaza tem se agravado nos últimos dias.