Com o já surrado pretexto de que visam forças militares e policiais, ataques aéreos das forças genocidas israelenses atingiram toda a Faixa de Gaza nesta quinta-feira (2), causando a morte de pelo menos 90 pessoas, incluindo um número ainda desconhecido de menores e mulheres, informou a mídia palestina com base em fontes médicas.
Em comunicado, o Ministério da Saúde de Gaza acusou o governo de Netanyahu de ter cometido pelo menos “34 ataques criminosos” em todas as províncias contra civis desarmados nas últimas 24 horas.
“Esta escalada ocorre no dia 454 do crime de genocídio levado a cabo pelo exército de ocupação israelense contra o nosso povo palestino, numa tentativa de impor uma política de fatos consumados, atacar as necessidades de vida e infraestruturas e destruir tudo o que se relaciona com a Palestina”, afirma a declaração.
Estima-se que, do total dessas 90 mortes, pelo menos 40 provêm da cidade de Gaza, um dos locais mais atingidos nesta quinta-feira pelas tropas de ocupação, cujos ataques impactaram as áreas de Zeitún, Al Tuffah, Al Shati, Al Daraj, Shujaiya, entre outras. O restante das vítimas vem do centro e do sul da região.
“O que está acontecendo agora na Faixa de Gaza, especificamente na Cidade de Gaza, é uma clara loucura das forças de ocupação israelenses, e já não podemos responder a todos os pedidos de ajuda à luz dos contínuos bombardeios e ataques que não param”, alertou o porta-voz da defesa civil palestina, Mohamed Basal.
O ataque deliberado à infraestrutura médica privou civis do acesso a serviços básicos de saúde.
Vale ressaltar que as forças israelenses vêm fazendo ataques sucessivos e concentrados no sistema de saúde palestino. Cerca de 1.060 trabalhadores do setor da saúde na Faixa de Gaza foram mortos desde o início da agressão, em 7 de outubro de 2023, enquanto mais de 310 foram presos, centenas ficaram feridos e cerca de 130 ambulâncias foram destruídas, de acordo com os registros do Ministério da Saúde palestino, no final do mês passado.
Organizações da ONU alertaram que o volume de suprimentos médicos que entram em Gaza é insuficiente para sustentar a resposta sanitária, e que todas as evacuações médicas para fora de Gaza ainda estão suspensas.
ONU: “NÃO EXISTE ZONA HUMANITÁRIA EM GAZA”
Os militares de Netanyahu declararam, na quinta-feira (02), ter levado a cabo um ataque com base na ‘inteligência’ contra Al-Mawasi, a oeste da cidade de Khan Younis, e eliminado o diretor-geral da Polícia do sul de Gaza, general Mahmoud Salah, e o diretor do Departamento de Investigação Geral da Polícia, Hussam Shahwan. Ambos os funcionários que morreram no ataque eram responsáveis por garantir a ordem na área e prevenir atos de vandalismo cometidos por soldados e colonos israelenses na distribuição de ajuda humanitária.
“No início do ano, recebemos a notícia de mais um ataque em Al-Mawasi com dezenas de mortes, mais um lembrete de que não existe uma zona humanitária, muito menos uma zona segura (em Gaza)”, disse Philippe Lazzarini, diretor da Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras aos Refugiados da Palestina (Unrwa), em uma postagem no X. “Cada dia sem cessar-fogo trará mais tragédia”, afirmou.
A ofensiva israelense em Gaza por terra, mar e ar desde 7 de Outubro de 2023, resultou até agora na morte confirmada de 45.581 pessoas, na sua maioria mulheres e crianças, e no ferimento de outras 108.438 pessoas.
Este número permanece incompleto, pois milhares de vítimas permanecem presas sob os escombros ou espalhadas pelas estradas, inacessíveis às ambulâncias e às equipes de resgate devido aos implacáveis bombardeios israelenses e à enorme quantidade de destroços.