
Guilherme Boulos, candidato do Psol à Prefeitura de São Paulo, ficou em segundo lugar no primeiro turno da eleição, com 20,2% dos votos e vai disputar o segundo turno com Bruno Covas.
Ele agradeceu, na noite de domingo (15), os votos que o levaram ao segundo lugar no pleito e disse que o objetivo agora é derrotar Dória, “porque é ele que governa a cidade”.
Boulos, que normalmente se contrapõe à política de frente ampla, se referia ao apoio que Bruno Covas, do PSDB, e sua coligação de 11 partidos, recebe do governador de São Paulo.
Com essa afirmação, o candidato do Psol, assim como Bolsonaro, elegeu Dória como seu inimigo principal que deveria ser abatido neste momento.
Ele agradeceu também à sua candidata a vice, Luiza Erundina, e a todos os eleitores “que hoje foram as urnas em São Paulo e votaram com esperança”. “Depositaram sonhos e não ódio”, disse.
“A mudança no segundo turno é representada pela nossa chapa. São Paulo está em um momento histórico, temos oportunidade de virar a página” acrescentou.
“Covas falava em radicalismo. Radicalismo é a cidade mais rica do país ter gente revirando o lixo. Radicalismo é o abandono do povo numa cidade como São Paulo”, afirmou.
“Eu não sou daqueles que, de quatro em quatro anos vai para a periferia e pega uma criança no colo para tirar fotos. Eu sou da periferia. Estamos aqui, na minha casa, no Campo Limpo, periferia de São Paulo”, disse o candidato que vai disputar o segundo turno com Covas.
Diferente de Covas e de outros candidatos, que viram na atuação doentia de Jair Bolsonaro, e na sabotagem do governo federal ao trabalho de governadores e prefeitos na pandemia, a responsabilidade principal pelo desastre sanitário que tomou o país e suas grandes cidades, Boulos não disse nada sobre Bolsonaro.
Ele preferiu culpar as administrações locais, principalmente a Prefeitura de São Paulo, pelo número de casos de Covid-19 na capital paulista. Apontou que “há hospitais fechados, ou semiabertos, em plena pandemia”. Citou como exemplos o Hospital Sorocabano, na Zona Oeste, e o Hospital Menino Jesus, de Ermelino Matarazzo.