O Bradesco divulgou nesta quinta-feira (31) seu resultado anual, reportando lucro líquido de R$ 19,085 bilhões em 2018 – um crescimento de 30,19% sobre o ano anterior.
No mesmo dia, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad-Contínua), mostrando que o ano acabou com 27,4 milhões de pessoas sem trabalho. Isso significa que enquanto a economia sofre as consequências de uma das mais agudas crises da história – os bancos vão muito bem, obrigada.
O resultado acumulado foi contabilizado após a apresentação do lucro líquido contábil do quarto trimestre, de R$ 5,08 bilhões – uma alta de 1,4% sobre os três meses anteriores.
Já o lucro líquido recorrente (que desconsidera efeitos extraordinários) foi de R$ 21,564 bilhões no exercício de 2018 (alta de 19,9%).
A receita para lucrar com a crise é contar com o apoio do Banco Central, que autoriza a prática dos mais altos juros do mundo. Assim, as instituições bancárias se comportam como agiotas na hora de conceder e cobrar pelo crédito que dispõe.
Assim como os outros bancos, o crescimento dos lucros acompanhou o aumento da carteira de crédito para pessoa física, na ordem de 11%.
Essa modalidade se tornou mais rentável primeiro porque as pessoas têm recorrido a empréstimos, ao cheque especial e ao cartão de crédito para despesas cada vez mais corriqueiras – também por conta da crise. Segundo porque essas operações de crédito têm as maiores taxas de juros (em média de 300% ao ano), fazendo com que os bancos literalmente ganhem com a crise.
Santander
Na véspera, o banco espanhol Santander inaugurou a temporada de divulgação dos resultados do lucro, reportando ganhos de R$ 12,16 bilhões no Brasil em 2018, um aumento de 52,1% ante 2017. O desempenho do banco estrangeiro aqui é o maior entre todos os países que ele opera.
Ver mais em: Lucro do Santander cresce 52% em 2018