Acobertamento do criminoso pelo governo anterior acabou
O ministro da Justiça do governo Lula, Flávio Dino (PSB), entrou em contato com o governo dos Estados Unidos e com a Interpol para dar andamento ao processo de extradição de Allan dos Santos, que fugiu do Brasil depois de crimes contra a democracia.
O pedido de extradição já foi expedido pela Justiça, mas o governo de Jair Bolsonaro atuou para que fosse impedido, inclusive com a transferência de agentes da Polícia Federal e do Ministério da Justiça responsáveis pelo caso.
O Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou sua prisão preventiva em 2021, após pedido da Polícia Federal, mas Allan dos Santos já estava fora do Brasil.
O Ministério da Justiça vai pedir para a Interpol, cuja sede fica na França, que inclua Allan dos Santos na lista de Difusão Vermelha, reconhecendo que o bolsonarista está foragido.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, cancelou o passaporte do bolsonarista, deixando-o sem documento válido nos EUA.
Allan foi o fundador do site Terça Livre, que era uma peça do “gabinete do ódio” usada para atacar opositores e adversários de Jair Bolsonaro com mentiras. O blogueiro também divulgou mentiras sobre a pandemia de Covid-19, chamando o coronavírus de “terra plana da saúde”.
Sua fuga para os Estados Unidos contou com a ajuda da família Bolsonaro. Mensagens obtidas pela Polícia Federal mostram que Eduardo Bolsonaro atuou para acelerar a emissão do passaporte dos familiares de Allan.
“Preciso do nº do protocolo desses atendimentos p passaporte. E para qnd está agendado a retirada do passaporte ou a ida para tirar a foto, enfim, uma ida à PF”, disse Eduardo.
O filho de Jair Bolsonaro também pagou o aluguel da mansão em que Allan morava em Brasília. Os pagamentos eram de R$ 9.000.
Nos Estados Unidos, Allan dos Santos organizou um ato em frente a um hotel em que ficaram hospedados ministros do STF.
A manifestação foi realizada para confrontar os ministros e pedir um golpe de estado. Uma gravação mostra com clareza Allan com um megafone na mão discutindo com uma pessoa que não concordava com seu pedido de golpe ditatorial.