
“EUA desfrutou de um superávit comercial consistente com o Brasil ao longo dos últimos 15 anos, acumulando um superávit total de US$ 410 bilhões (2.351,596 trilhões) em bens e serviços”, diz documento brasileiro aos EUA
O governo brasileiro enviou para os Estados Unidos um documento afirmando que as taxações que estão sendo feitas por Trump prejudicam “relações econômicas com parceiros de longa data, como o Brasil” e violam acordos feitos pelo país na Organização Mundial do Comércio (OMC).
O documento foi enviado ao Representante do Comércio dos Estados Unidos (USTR), que abriu uma consulta pública.
O governo Trump já subiu para 25% a taxação sobre todo o aço e alumínio importados pelos EUA, inclusive vindos do Brasil. Além disso, reclama das taxas praticadas pelo Brasil sobre o etanol.
“A abordagem dos EUA sobre a questão viola seus compromissos legais sob a Organização Mundial do Comércio, desfaz o equilíbrio alcançado em negociações passadas e é prejudicial às suas relações econômicas com parceiros de longa data, como o Brasil”, afirmou o governo brasileiro.
“O Brasil insta os Estados Unidos a priorizarem o diálogo e a cooperação em vez da imposição de restrições comerciais unilaterais, que arriscam alimentar uma espiral negativa de medidas que poderiam prejudicar gravemente nossa relação comercial mutuamente benéfica”, continua o documento.
Sobre o etanol, a tarifa praticada pelo Brasil “está dentro dos níveis acordados na OMC e reflete as características econômicas, sociais e ambientais relacionadas à produção de etanol a partir da cana-de-açúcar, particularmente na região Nordeste do país”.
“No mesmo setor de açúcar e álcool, enquanto a tarifa sobre as importações de açúcar no Brasil é de 7%, os Estados Unidos mantêm uma tarifa de US$ 340 por tonelada (equivalente a uma taxa de aproximadamente 80%), o que penaliza as exportações brasileiras do produto para os Estados Unidos. Para registro, o Brasil não aplica nenhuma tarifa equivalente a um imposto de 80%”, continua.
Segundo o documento, o Brasil aplica efetivamente uma tarifa de 2,7% sobre os produtos dos EUA, ao invés dos 11% nominais.
“Os Estados Unidos desfrutaram de um superávit comercial consistente com o Brasil ao longo dos últimos 15 anos, acumulando um superávit total de US$ 160 bilhões em bens e mais de US$ 410 bilhões em bens e serviços, de acordo com as estatísticas dos EUA”, completa.