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O Ministério das Relações Exteriores do Brasil disse que o avanço das tropas israelenses sobre campos de refugiados no norte da Cisjordânia é uma “violação direta ao direito internacional” e lamenta “a remoção forçada de 40 mil moradores daqueles campos”.
“Ao recordar o parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça de 19 de julho de 2024, que considerou ilícita a presença israelense no território palestino ocupado, o Brasil insta Israel a suspender completamente suas operações militares na Cisjordânia”, aponta a nota.
No domingo (23), Israel invadiu o território da Cisjordânia com tanques de guerra e retirou à força 40 mil moradores dos campos de refugiados de Jenin, Tulkarm e Nur Al-Shams. A informação foi dada pelo próprio ministro da Defesa de Israel, Israel Katz.
O plano do governo de Benjamin Netanyahu é ocupar o território de forma prolongada e impedir que os palestinos voltem às suas casas. Essa foi a maior operação militar israelense na Cisjordânia em 20 anos.
“O governo brasileiro expressa forte preocupação com a intensificação, nas últimas semanas, de operações militares israelenses nos campos de refugiados de Jenin, Tulkarm e Nur Al-Shams, no Norte da Cisjordânia, e condena o recente emprego de tanques e a ocupação militar”, diz a nota do Itamaraty.
“O Brasil sublinha, ademais, a importância de que a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos no Oriente Próximo (UNRWA) possa manter suas atividades nos campos de refugiados de Jenin, Tulkarm e Nur Al-Shams, no Norte da Cisjordânia, em benefício da população refugiada”, continua o documento.
Israel acusa, sem provas, que a UNRWA ajuda grupos terroristas no local.
Essa invasão da Cisjordânia acontece ao mesmo tempo que Israel tenta sabotar o acordo de cessar-fogo que foi firmado com o Hamas, que controla a Faixa de Gaza.