
“O Brasil recorda que ataques intencionalmente dirigidos contra pessoal humanitário e funcionários das Nações Unidas, bem como contra suas instalações e bens, são crimes de guerra”, diz a nota do Itamaraty
O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota na sexta-feira (21) condenando os ataques a instalações da Organização das Nações Unidas (ONU) em Gaza pela ditadura israelense, acrescentando que esses ataques podem configurar crimes de guerra.
Segundo a ONU, um funcionário morreu e outros cinco ficaram feridos após uma explosão em uma base no território palestino. O Ministério da Saúde local disse que a morte foi causada por um bombardeio feito pelo governo de Israel, que negou ter atingido a região.
“O governo brasileiro condena veementemente o ataque ocorrido anteontem contra funcionários e instalações da Organização das Nações Unidas em Gaza, que resultou na morte e em ferimentos graves de funcionários do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos”, afirmou o Itamaraty.
“O Brasil recorda que ataques intencionalmente dirigidos contra pessoal humanitário e funcionários das Nações Unidas, bem como contra suas instalações e bens, são crimes de guerra”, acrescentou o ministério.
Na nota divulgada nesta sexta, o Itamaraty reiterou a defesa que o Brasil tem feito de que todas as partes envolvidas na guerra devem respeitar a inviolabilidade das instalações da ONU e garantir a segurança dos funcionários na organização internacional. “Exorta, ainda, Israel a assegurar a proteção e a liberdade de movimento do pessoal humanitário no Estado da Palestina”, diz a nota.
Desde que a agressão israelense começou, em outubro de 2023, o governo brasileiro tem defendido publicamente um cessar-fogo permanente, com a entrada de ajuda humanitária para a população que vive em Gaza.
O Brasil questiona os limites éticos e legais do regime de Benjamin Netanyahu e afirma que israelenses agem como “colonos” com os palestinos. Em comunicado recente, o governo brasileiro disse “deplorar” as decisões do governo de Israel de impedir a entrada de ajuda humanitária em Gaza e de retomar bombardeios na região.