Segundo o Itamaraty, “ao optar, com essa ação militar, o governo israelense, mostra, novamente, descaso pela observância aos princípios básicos dos direitos humanos a despeito dos apelos da comunidade internacional, inclusive de seus aliados mais próximos”
Nesta segunda-feira (6), o Itamaraty divulgou um comunicado condenando o início da operação das Forças de Defesa de Israel (FDI) contra a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Os ataques se dão em meio a negociações de paz em que o Hamas aceitou a proposta intermediada pelo Qatar e o Egito para um cessar-fogo imediato. A recusa de Netanyahu em aceitar o acordo de paz está sendo repudiado no mundo todo, inclusive em Tel Aviv.
Até o governo dos EUA, tradicional apoiador da ditadura israelense, condenou a recusa ao acordo bem como os primeiros movimentos das forças militares israelenses na cidade de Rafah. Nesta segunda-feira morreram 20 palestinos em Rafah num bombardeio de Israel. Caças despejaram bombas na cidade depois de instigar a população a abandonar a região. São 1,5 milhão de pessoas que não têm para onde fugir.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, “ao optar, com essa ação militar, por deliberadamente intensificar o conflito em área sabidamente de alta concentração da população civil de Gaza neste momento, o governo israelense, mostra, novamente, descaso pela observância aos princípios básicos dos direitos humanos e do direito humanitário, a despeito dos apelos da comunidade internacional, inclusive de seus aliados mais próximos”.
O comunicado diz, ainda, que “o Brasil reitera às instâncias de governança global responsáveis pela preservação da paz e da segurança mundial, em particular ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, o pleito de que sejam superados a indiferença e o imobilismo que têm permitido o aprofundamento da catástrofe humanitária na Faixa de Gaza”.
No texto, o Itamaraty faz, também, ao apelar “às partes para a interrupção imediata da violência e ao engajamento em conversações que propiciem cessar-fogo e libertação dos reféns. O Brasil reafirma seu compromisso com a solução de dois Estados, com base nas fronteiras de 1967, única via capaz de oferecer paz duradoura para os povos de Israel e da Palestina, assim como para a região do Oriente Médio”.