“O Brasil insta Israel a respeitar o direito internacional, inclusive o direito internacional humanitário, bem como a independência, a soberania e a integridade territorial da Síria”, disse o Itamaraty em nota
O governo brasileiro manifestou, nesta quinta-feira (12), preocupação com o avanço de Israel em uma zona desmilitarizada na Síria, após a derrubada de Bashar al-Assad por terroristas com apoio da Casa Branca e Tel Aviv.
O Brasil classificou a presença militar israelense na região como uma violação do Acordo de Desengajamento de 1974.
O posicionamento de Brasília aconteceu por meio de um comunicado, divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores.
“O governo brasileiro condena a ocupação, a partir de 8 de dezembro, por efetivos das forças armadas israelenses, da zona desmilitarizada na Síria, em violação ao Acordo de Desengajamento de 1974. O Brasil insta Israel a respeitar o direito internacional, inclusive o direito internacional humanitário, bem como a independência, a soberania e a integridade territorial da Síria”, disse o Itamaraty em nota.
O ditador israelense, Benjamim Netanyahu, enviou tropas para uma área desmilitarizada nas Colinas do Golã, região localizada no território da Síria. As Colinas de Golã, ocupadas por Israel desde a Guerra dos Seis Dias em 1967, têm um papel estratégico na região, permitindo a visualização de partes da Síria e de Israel. A área é vital não apenas por sua posição geográfica, mas também por ser uma importante fonte de água que abastece o rio Jordão.
A crítica do Brasil alinha-se ao posicionamento da ONU, que também expressou preocupação com a situação. A alegação do ditador israelense, é de que a decisão buscaria garantir a segurança de israelenses que vivem na região, mas ele anunciou que a permanência será definitiva.
Caso a ocupação se concretize, o ato será uma violação a um acordo assinado em 1974 entre Síria e Israel, onde ficou decidido que forças militares não poderiam estar presentes na zona tampão que divide o território sírio e as Colinas de Golã.