Suíça abandonou a neutralidade. Na visão da diplomacia brasileira, é essencial que ambos os lados envolvidos estejam presentes nas discussões para que se possa avançar rumo a uma resolução pacífica
O governo da Suíça está tentando atrair o Brasil para uma cúpula sobre o conflito na Ucrânia sem a presença da Rússia.
O evento organizado pelos EUA e seus satélites ocorrerá nos dias 15 e 16 de junho, nos arredores da cidade de Lucerna, na Suíça. O Itamaraty respondeu o convite dos suíços afirmando que só participa em cúpulas que envolvam os dois lados.
A iniciativa da Suíça para envolver o Brasil na cúpula foi anunciada durante a visita do chanceler Mauro Vieira ao país europeu. A Suíça é um país que abandonou sua tradicional neutralidade em relação ao conflito e se somou aos agressores europeus e aos EUA. O Brasil expressou que só aceitaria participar das discussões se a Rússia também estivesse presente.
O governo brasileiro defende a participação russa em qualquer iniciativa internacional que vise debater a paz e que envolva negociações com Kiev. Na visão da diplomacia brasileira, é essencial que ambos os lados envolvidos estejam presentes nas discussões para que se possa avançar rumo a uma resolução pacífica. No campo de batalha as forças russas estão na ofensiva contra o regime nazi-ucraniano, mesmo com todo o apoio do bloco imperialista.
Recentemente o assessor especial da presidência da República, Celso Amorim, viajou à Rússia para participar de uma conferência internacional sobre segurança, promovida pelo Kremlin. Em Moscou, Amorim realizou uma série de reuniões bilaterais. Entre os encontros de Amorim estavam agendas com o chanceler da Rússia, Sergey Lavrov, e com o Secretário do Conselho de Segurança Russo, Nikolai Patrushev.
Segundo fontes da diplomacia brasileira, os encontros trataram, sobretudo, sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia. “A conversa aconteceu porque se busca a possibilidade de construção de uma paz possível”, contou um representante do Planalto.
Durante o evento sobre segurança, Celso Amorim também discutiu outros temas da agenda internacional, como a interação entre os países na ONU e no BRICS.