“Não há atividade, hoje, que não demande infraestrutura espacial. As comunicações, a geração de energia, a navegação e mesmo o enfrentamento à mudança do clima dependem muito do espaço”, afirmou Lula, em visita ao Chile
O presidente Lula participou, nesta terça-feira (6), ao lado do presidente do Chile, Gabriel Boric, do lançamento da pedra fundamental do Centro Espacial Nacional do Chile. O líder brasileiro disse que se sentiu honrado em participar do evento e afirmou que, “apesar da sua importância, o setor espacial é uma das áreas em que a desigualdade entre os países é mais gritante e a cooperação entre países do Sul tem potencial para reverter essa desvantagem”, afirmou.
“O setor espacial é mais estratégico do que nunca para o desenvolvimento de uma nação. Não há atividade, hoje, que não demande infraestrutura espacial. As comunicações, a geração de energia, a navegação e mesmo o enfrentamento à mudança do clima dependem muito do espaço”, destacou Lula. “Juntos, Brasil e Chile, podem multiplicar capacidades neste setor importante”, acrescentou o presidente.
Lula denunciou a discriminação tecnológica no mundo. “Quando se trata de tecnologia, a prática corrente do mundo desenvolvido costuma ser correr ao topo e, como disse um economista sul-coreano, ‘chutar a escada’ para que outros não o alcancem”, apontou. “A cooperação entre países do Sul tem potencial para reverter essa desvantagem. Juntos, poderemos multiplicar capacidades e erguer nossa própria escada”, prosseguiu Lula.
Assista a solenidade de lançamento da pedra fundamental do Centro Espacial Nacional do Chile
Presidente Lula participa do lançamento da pedra fundamental do Centro Espacial de Santiago https://t.co/AbMtyemiKT
— Lula (@LulaOficial) August 6, 2024
Ele defendeu que os avanços tecnológicos obtidos com projetos espaciais sejam ofertados para o conjunto da sociedade. “Para que os benefícios do desenvolvimento espacial sejam compartilhados por todos, é imprescindível que sejam fomentados em um marco sólido de políticas públicas”, observou. “Os devaneios de bilionários que preferem colonizar Marte a cuidar da Terra não substituem a ação e a orientação do Estado”, destacou o presidente da República.
“É motivo de orgulho compartilhar a experiência institucional brasileira com o jovem Ministério de Ciência, Tecnologia, Conhecimento e Inovação chileno, criado em 2018”, acrescentou Lula. “Os memorandos de entendimento assinados por nossos ministros vão nos permitir explorar iniciativas conjuntas no setor espacial e em outras áreas de ponta. Tenho certeza de que este Centro será um importante ativo para o desenvolvimento econômico, científico e tecnológico do Chile e que nossa cooperação nos levará muito longe”, afirmou Lula.
Leia o discurso de Lula na íntegra
É uma grande honra estar aqui para lançar a pedra fundamental do Centro Espacial Nacional do Chile.
Os quase 190 anos de relacionamento entre o Brasil e o Chile não são história do passado. São um projeto compartilhado de futuro, sempre pronto a desbravar novos campos.
O setor espacial é mais estratégico do que nunca para o desenvolvimento de uma nação.
Não há atividade, hoje, que não demande infraestrutura espacial. As comunicações, a geração de energia, a navegação e mesmo o enfrentamento à mudança do clima dependem muito do espaço.
Apesar da sua importância, o setor espacial é uma das áreas em que a desigualdade entre os países é mais gritante.
Controles de exportação de componentes e insumos tecnológicos, restrições de acesso e limitações financeiras impactam desmesuradamente o Sul global.
Quando se trata de tecnologia, a prática corrente do mundo desenvolvido costuma ser correr ao topo e, como disse um economista sul-coreano, “chutar a escada” para que outros não o alcancem.
A cooperação entre países do Sul tem potencial para reverter essa desvantagem. Juntos, poderemos multiplicar capacidades e erguer nossa própria escada.
Mas para que os benefícios do desenvolvimento espacial sejam compartilhados por todos, é imprescindível que sejam fomentados em um marco sólido de políticas públicas.
Os devaneios de bilionários que preferem colonizar Marte a cuidar da Terra não substituem a ação e a orientação do Estado.
Nos últimos anos, o setor espacial brasileiro sofreu com a negligência governamental.
Agora retomamos o investimento, por meio de encomendas tecnológicas no valor de 300 milhões de reais. Vamos fortalecer a indústria espacial e gerar os empregos e a renda necessária.
Conseguimos, no Brasil, desenvolver um ecossistema de pesquisa tecnológica e aplicações espaciais robustas.
Temos instituições de excelência como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, às quais se somam universidades e um setor privado inovador.
É motivo de orgulho compartilhar a experiência institucional brasileira com o jovem Ministério de Ciência, Tecnologia, Conhecimento e Inovação chileno, criado em 2018.
Os memorandos de entendimento assinados por nossos ministros vão nos permitir explorar iniciativas conjuntas no setor espacial e em outras áreas de ponta.
Tenho certeza de que este Centro será um importante ativo para o desenvolvimento econômico, científico e tecnológico do Chile e que nossa cooperação nos levará muito longe.
Muito obrigado.