O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou, com voto do Brasil e mais 27 países, uma resolução exigindo cessar-fogo e a responsabilização de Israel pelos crimes que está cometendo na Faixa de Gaza.
A resolução, aprovada nesta sexta-feira (5), ainda cobra o fim das vendas de armas, munições e equipamentos militares de todo o mundo para Israel. O texto contou com o apoio de 28 países, enquanto 13 se abstiveram e 6 foram contrários, entre eles os Estados Unidos.
O texto fala da “a necessidade de garantir a responsabilidade por todas as violações do direito internacional humanitário e do direito internacional dos direitos humanos, a fim de acabar com a impunidade”.
Em seis meses, Israel já assassinou mais de 33 mil pessoas, sendo que 13.800 eram crianças. Segundo a UNICEF, pelo menos mil crianças perderam uma ou as duas pernas por conta dos ataques israelenses.
Os bombardeios também destruíram 84% das instalações de saúde na Faixa de Gaza, aponta a Agência da ONU na Palestina (UNRWA).
O Conselho de Direitos Humanos da ONU demonstrou “grande preocupação com relatos de graves violações dos direitos humanos e graves violações do direito humanitário internacional, incluindo possíveis crimes de guerra e crimes contra a humanidade no Território Palestino Ocupado”.
O representante de Israel na ONU, Meirav Eilon Shahar, esperneou contra a decisão e disse que os 28 países que votaram a favor do texto votaram “‘sim’ para o Hamas”. Segundo ele, o massacre que Israel está realizando na Faixa de Gaza é apenas “direito de proteger seu povo”.
Para continuar os bombardeios contra o povo palestino, Israel está ignorando uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que determina um cessar-fogo por um período demarcado e uma decisão do Tribunal de Haia para parar seus atos genocidas.
Com a disseminação em todo o mundo de imagens do genocídio, a comunidade internacional está mudando sua posição e Israel está ficando cada vez mais isolado.
Os Estados Unidos, que vetaram várias resoluções no Conselho de Segurança da ONU que exigiam cessar-fogo, incluindo um apresentado pelo Brasil, e defendia o “direito de defesa” de Israel, agora tem feito críticas. Mesmo assim, continua abastecendo a máquina israelense de matar palestinos indefesos.
Até o presidente Joe Biden falou que é “inaceitável” o assassinato de estrangeiros, membros da ONG World Central Kitchen, que estavam na Faixa de Gaza produzindo refeições para a população local. Eles foram atingidos por um drone assassino de Israel.
Biden disse, ainda, que o cessar-fogo é “essencial”.