Brasil e Malásia planejam produzir chips em conjunto, anuncia ministra

Ministra e Lula na cerimônia de assinaturas de acordos com o governo da Malásia (Foto: Ricardo Stuckert - PR)

“Não podemos ficar fora dessa cadeia produtiva”, defende Luciana Santos, ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, afirmou que o governo federal está dando suporte para que o Brasil desenvolva a produção de semicondutores e anunciou parceria entre empresas brasileiras e da Malásia.

Durante viagem à Malásia, na qual acompanhou o presidente Lula, a ministra defendeu que “nenhum país do mundo pode abrir mão do domínio tecnológico” na produção de semicondutores. “Cada qual no seu estágio de desenvolvimento e de domínio, mas nós não podemos ficar fora dessa cadeia produtiva”.

Em entrevista ao site Brasil de Fato, Luciana Santos informou que o governo federal está ajudando na construção de uma joint venture entre a brasileira Tellescom e uma empresa da Malásia para a produção de semicondutores.

Ela anunciou que “há uma construção nessa direção, de fazer uma joint venture entre a Tellescom e a empresa malasiana”.

A cooperação entre Brasil e Malásia tem sido uma “experiência muito promissora”, contando com o intercâmbio de especialistas para a realização de cursos e acordos para o desenvolvimento ou a transferência de tecnologia.

Luciana ainda comentou sobre a posição favorável do Brasil para conseguir desenvolver a produção de semicondutores. “Nós temos os minerais, nós temos a possibilidade, por conta das nossas vocações naturais, as nossas reservas e, nesse sentido, nós retomamos o Ceitec, que era a única fábrica de semicondutores no Brasil, que foi desestatizada no governo anterior”, citou.

“Com isso, a gente movimenta todo o ecossistema que envolve empresa privada, a Tellescom, nesse esforço com a Malásia, e também envolve os nossos laboratórios de pesquisa e desenvolvimento”, continuou.

Segundo a ministra da Ciência, “a gente faz aquilo que é muito importante para qualquer resultado de inovação, que é produto e serviço na ponta, entrega para as pessoas como solução”.

“Estamos fazendo aquilo que é a tripla hélice, juntando a iniciativa privada, a academia e o Estado, num esforço conjunto de a gente aproveitar essa expertise que tem a Malásia, que é o sexto exportador, como você bem disse, para fazer essa sinergia”, acrescentou.

Luciana Santos ainda falou sobre os desafios do Brasil para conseguir explorar as terras raras, cuja importância tem crescido com tecnologias modernas, como smartphones e carros elétricos. Ela falou que, em cálculos iniciais, o Brasil tem “50 milhões de toneladas de óxido em terras raras”, principalmente no Amazonas, Goiás e Minas Gerais.

O presidente Lula determinou a criação de um conselho para discutir a questão das terras raras.

Luciana apontou que o governo federal “quer potencializar para fazer uma rede, um programa que possa dar respostas tanto às nossas vocações naturais, às nossas potencialidades, à nossa capacidade instalada para ter resultados objetivos. Entrar naquilo que é o grande desafio das nações, além do domínio tecnológico, é você ter o produto manufaturado para a gente poder entrar com força nesse desafio que é tão contemporâneo”.

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