“Temos o direito de crescer e não podemos admitir que em nosso continente haja tanta gente passando fome”, apontou o presidente do Brasil, na presença do presidente do Paraguai, durante a solenidade de posse de Enio Verri como novo Diretor-Geral Brasileiro da Itaipu Binacional
“Um país do tamanho do Brasil tem que combinar o seu crescimento econômico com o crescimento econômico de seus vizinhos. Não é possível pensar em um país rico cercado de países pobres. Precisamos viver em paz, para nunca vivenciarmos um continente com guerra entre nações” disse Lula. “Que nosso continente fale em paz, nunca mais em guerra”, acrescentou o líder brasileiro, referindo-se à Guerra do Paraguai.
Lula reafirmou também seu compromisso com a UNILA (Universidade Latino Americana). “Eu vi do helicóptero a UNILA. A UNILA foi uma universidade criada para que a gente tivesse um currículo latino-americano, uma história latino-americana, e que tivéssemos jovens de toda a América do Sul. Eu sonhava que já estivesse inaugurada a [obra da] UNILA. O meu compromisso é que vamos reconstruir a UNILA”, disse o presidente, durante a cerimônia.
Lula também falou que seu governo deve “aprimorar a nossa política de relação externa”. “Eu volto a presidir o Brasil depois de 13 anos e volto com a missão de fazer mais e fazer melhor do que fizemos no passado”, afirmou o presidente Lula, em Foz do Iguaçu, nesta quinta-feira (16), na solenidade de posse do novo Diretor-Geral Brasileiro da Itaipu Binacional, o ex-deputado Enio Verri.
“O Brasil, pelo seu tamanho, pela sua população, por ser o país mais desenvolvido, do ponto de vista industrial, científico e tecnológico, tem que ter a grandeza de compartilhar tudo aquilo que pode acontecer de bom para o povo brasileiro, com o povo dos países vizinhos”, defendeu.
Lula voltou a frisar que “somente assim haverá garantia de que o continente viverá em paz, que o continente não fale mais em guerra” Que esse continente fale só em desenvolvimento, Educação, Saúde e direitos do povo trabalhador, do povo indígena, do povo quilombola”. “Que todos vivam num mundo mais tranquilo e mais pacífico”, desejou Lula.
Ele defendeu enfaticamente a unidade de todos os países da região. “Volto com o compromisso de fortalecer o Mercosul, porque está provado que juntos, nós temos força para negociar, separados, nós somos muito frágeis e, por isso, precisamos estar juntos”, afirmou o presidente Lula, dirigindo-se ao presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, presenta à solenidade.
“Volto também com a firme vontade de reorganizar a Unasul. Fazer com que os países da América do Sul, todos compreendam a necessidade de nós termos paz, tranquilidade, porque somente com paz e tranquilidade, e com muito exercício de democracia, é que nós vamos garantir que o nosso continente deixe de ser uma região pobre ou uma região em desenvolvimento. disse Lula, destacando que temos o direito e a obrigação de distribuir o crescimento à população.
“Nós temos o direito de crescer e não podemos admitir que no nosso continente haja tanta gente passando fome, passando privações que não deveriam mais passar, apontou o presidente do Brasil. Ele se dirigiu ao presidente do Paraguai dizendo que tem certeza de que os dois países, mais maduros, serão capazes de assinar um novo tratado após o fim do atual e dos pagamentos pela construção da empresa de energia.
O presidente Lula esteve reunido com o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, durante a visita à região, e conversaram sobre a construção de duas pontes entre o Brasil e o Paraguai, inclusive o corredor bioceânico. Outro tema abordado pelos dois presidentes foi o acordo entre Mercosul e União Europeia e a o aprofundamento da cooperação entre dois países, da qual, segundo Lula, “Itaipu é o maior símbolo”. Estavam presentes na solenidade diversas lideranças políticas e autoridades do lado brasileiro e do lado paraguaio.