
Com show de Estêvão e brilho de Luiz Henrique, Seleção vence por 3 a 0 em sua despedida da torcida antes da Copa
A Seleção Brasileira não decepcionou os mais de 57 mil torcedores presentes no Maracanã na noite desta quinta-feira, 5 de setembro. Com uma atuação dominante desde o primeiro apito, o Brasil de Carlo Ancelotti bateu o Chile por 3 a 0, em partida válida pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026. Os gols, todos de grande plasticidade, foram marcados pelo jovem Estêvão, Lucas Paquetá e Bruno Guimarães.
O resultado manteve a invencibilidade da equipe sob o comando do técnico italiano – agora com duas vitórias e um empate – e catapultou o Brasil para a vice-liderança da competição, atrás apenas da Argentina, já classificada.
Já classificada ao Mundial e diante de um Chile frágil e lanterna da chave, a Seleção entrou em campo com a leveza que faltava em apresentações recentes. Ancelotti optou por um audacioso esquema ofensivo, com um quarteto de ataque formado por Raphinha, Martinelli, João Pedro e o estreante Estêvão.
A equipe controlou as ações desde os primeiros segundos, circulando a bola e buscando espaços. Aos 38 minutos, a pressão se converteu em gol. O lateral Douglas Santos, atuando como terceiro zagueiro na construção, fez uma enfiada perfeita para Raphinha. O arremate do camisa 10 foi defendido pelo goleiro Vigouroux, mas a bola sobrou no ar, na direção do gol. Estêvão, com apenas 18 anos, não pensou duas vezes: conectou uma bicicleta perfeita para balançar as redes e marcar seu primeiro gol pela Seleção Brasileira principal.
O FURACÃO LUIZ HENRIQUE
O segundo tempo começou com o Brasil diminuindo o ritmo. Aos 15 minutos, um coro quase uníssono tomou conta do Maracanã: a torcida pedia a entrada de Luiz Henrique. Ancelotti, atento ao clamor popular, atendeu o pedido dois minutos depois, colocando o atacante do Zenit e o volante Andrey Santos no lugar de Estêvão e Casemiro.
A resposta do camisa 19 foi imediata e eletrizante. Precisou de apenas dez minutos em campo para justificar os gritos da torcida e mudar o patamar do jogo. Aos 28 minutos, Luiz Henrique partiu para uma jogada individual deslumbrante pela direita e cruzou na medida para Lucas Paquetá, que, em sua volta ao time após a absolvição no caso de apostas, apareceu na área para cabecear sem chances para o goleiro.
Três minutos depois, o mesmo Luiz Henrique foi o pivô do terceiro gol. Após uma triangulação rápida, ele invadiu a área, driblou o zagueiro, chutou forte na trave e, no rebote, Bruno Guimarães apareceu para empurrar para as redes vazias, selando o placar em 3 a 0.
VITÓRIA CONVINCENTE
A vitória consolida o trabalho inicial de Carlo Ancelotti, que parece estar implantando uma identidade de jogo de posse de bola e alta rotação, com um sistema ofensivo ousado (3-2-5) que exige intensidade física máxima – requisito que o técnico tem destacado como fundamental.
A surpresa positiva da noite, Luiz Henrique, que havia sido preterido nas convocações anteriores de Dorival Júnior e na primeira de Ancelotti, não só garantiu a vitória confortável como também pleiteou de vez um espaço no grupo que se forma para a Copa do Mundo.
A Seleção Brasileira agora se despede das Eliminatórias com um último e duro desafio: enfrentar a Bolívia, na terça-feira (9), no altiplano de El Alto, a mais de 4 mil metros de altitude, onde buscará encerrar sua campanha com chave de ouro.