“Nossa posição é de condenação dos atos de violência, do estado de hostilidade, e empenhar todos os esforços para que se possa chegar a um entendimento e a uma cessação de fogo em um primeiro momento, e uma negociação de paz”, afirmou Mauro Vieira
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira (11) que a posição do Brasil em relação ao conflito entre Israel e Hamas, iniciado no fim de semana, é de que os atos violentos devem ser interrompidos e deve haver uma cessação de hostilidades de ambas as partes envolvidas no conflito.
“O Brasil condena os ataques a civis em Israel e a ocupação ilegal de territórios palestinos e mantém a posição de busca de um entendimento para o fim imediato da violência na região”, disse o chanceler.
“Evidentemente que nós condenamos as violências, o derramamento de sangue, mas achamos que, sobretudo estando o Brasil na presidência do Conselho de Segurança (da ONU) neste mês, tem que trabalhar para que haja um entendimento, uma discussão”, acrescentou o embaixador, em entrevista gravada para o programa Voz do Brasil.
A fala do chanceler é uma resposta ao embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, que criticou o governo brasileiro exigindo uma posição mais contundente do Brasil a favor da agressão israelense à população da Faixa de Gaza e uma condenação do grupo Hamas como organização terrorista.
“Nossa posição é de condenação dos atos de violência, condenação do estado de hostilidade, e empenhar todos os esforços para que se possa chegar a um entendimento e a uma cessação de fogo em um primeiro momento, e uma negociação de paz”, acrescentou Vieira. As hostilidades começaram no sábado, quando combatentes do Hamas, que governam Gaza, invadiram Israel e, desde então, as forças israelenses têm realizado pesados bombardeios na Faixa de Gaza, governada pelo grupo militante palestino.
O presidente Lula também se pronunciou nesta quarta-feira (11), através de suas redes sociais, sobre o conflito. “É urgente uma intervenção humanitária internacional. É urgente um cessar fogo em defesa das crianças israelenses e palestinas. O Brasil, na presidência provisória do Conselho de Segurança da ONU, se juntará aos esforços para que cesse de imediato e em definitivo o conflito”, afirmou o presidente.
Além de bombardear a população civil, o governo israelense determinou o bloqueio completo de Gaza, impedindo a entrada de alimento e água. A decisão do ditador Benjamin Netanyahu de impedir a entrada de alimentos e água na Faixa de Gaza, está sendo considerada como crime de guerra pelo Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Türk. Para ele, a lei humanitária internacional e a lei internacional de direitos humanos devem ser respeitadas em todas as circunstâncias.
O órgão fez um apelo para que não se concretize a ação terrorista do Estado de Israel que culminará com a morte de centenas de milhares de pessoas. Além do cerco por terra, os israelenses começaram a bombardear, na manhã desta terça-feira (10), o porto de Gaza para impedir a entrada de água e alimentos. A ação está transformando Gaza num verdadeiro campo de concentração para milhões de pessoas. O embaixador palestino em Londres, Hussam Zomlot, afirmou que Gaza já “é a maior prisão em céu aberto do mundo”.