No ano, foram criados 1.914.467 empregos formais. Expectativa do Ministério do Trabalho para 2024 é de queda nas elevadas taxas de juros, com mais investimentos públicos e geração maior de emprego e de renda
Em novembro, o Brasil gerou 130.097 postos de trabalho com carteira assinada, informou o Ministério do Trabalho e Emprego, nesta quinta (28). O resultado corresponde ao saldo de 1.866.752 admissões contra 1.736.655 demissões.
Do total de postos de trabalho formais criados, 95.015 foram Típicos e 35.082 Não típicos (Trabalhadores aprendizes, intermitentes, temporários, contratados por CAEPF e com carga horária até 30 horas), de acordo com Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged).
Das cinco atividades Econômicas apuradas, quatro registraram saldos positivos em novembro: Serviços (+109.939 postos); Comércio (+49.647 postos); Indústria (+20.954 postos), resultado puxado pela Indústria de Transformação, que criou mais de 18 mil postos; e Construção (+11.480 postos). Já na Agropecuária o saldo foi negativo (-1.656 postos).
Já o salário médio de admissão em novembro ficou em R$ 2.021,73, o que corresponde a uma redução real de R$ 9,63 no salário médio de admissão, ou uma queda de 0,47% quando comparado com o mês imediatamente anterior. A Indústria de transformação foi o setor que melhor pagou no mês, com um salário médio de R$ 2.238,74.
Emprego formal no ano
Ao todo, de janeiro a novembro, foram gerados 1.914.467 postos de trabalho. Destes, 395.900 são considerados postos de trabalho Não típicos.
Serviços foi o setor que mais gerou empregos ao decorrer deste ano. Foram 1.067.218 postos formais de trabalho criados de janeiro a novembro, o que representou 59,8% do total. Em seguida vem o Comércio (+284.170), Indústria (+238.377), Construção (+235.975), e Agropecuária (+88.756).
No ano, o salário médio real de admissão ficou em R$ 2.021,73, sendo R$ 27,98 a mais do que foi registrado em novembro de 2022.
TAXA DE JUROS ELEVADA
Para o secretário executivo do Ministério do Trabalho e Emprego, Francisco Macena, diante das expectativas no final do ano passado e início do ano, o resultado do trabalho formal é positivo, mas poderia ter se saído melhor se não fosse as dificuldades impostas pela elevada taxa de juros praticada no país.
“Nós tivemos uma retração nos dois últimos trimestres que impactou toda a economia, inclusive, a geração de empregos também, que é resultante desse crescimento econômico. E, como o ministro Marinho sempre afirma, [isso] é devido talvez ao recorde da taxa de juros, que impede um investimento maior no país”, criticou Macena, que prosseguiu:
“A nossa expectativa é que a gente possa inaugurar o ano que vem com grande crescimento econômico, nessa perspectiva ainda de baixar taxas de juros, mas também somado aos impactos do investimento público. Vamos lembrar que o governo iniciou com altos investimentos no PAC, no programa de aceleração da economia, que ainda não produziram resultados, talvez na magnitude e na efetividade que vai acontecer no ano que vem. A nossa expectativa é que, no ano que vem, tenhamos um círculo virtuoso não só de empregos formais, mas também de renda”, avaliou Macena, em entrevista coletiva.