Brasil leva virada e perde para o Japão pela primeira vez

Foto: Reprodução/CBF

O que era para ser um jogo tranquilo se transformou em uma das derrotas mais vexatórias da recente história da Seleção Brasileira. Comandando por 2 a 0 no intervalo, a equipe de Carlo Ancelotti desmoronou no segundo tempo e foi superada por 3 a 2 pelo Japão, em um amistoso realizado nesta terça-feira no estádio Ajinomoto, em Tóquio. Foi a primeira vitória japonesa em 14 confrontos contra o Brasil.

A partida começou como um script previsível. O Brasil, dono da posse de bola, controlou o ritmo e encontrou a eficiência que faltava em exibições recentes. Aos 26 minutos, uma jogada ensaiada e de toque rápido foi coroada com o gol. Bruno Guimarães encontrou o estreante Paulo Henrique dentro da área, e o jovem atacante finalizou com classe de bico, cruzado, para abrir o placar.

A festa brasileira não demorou a aumentar. Aos 32 minutos, Lucas Paquetá mostrou visão de jogo com uma cavadinha magistral que rompeu a defesa japonesa. Gabriel Martinelli, lançado nas costas da zaga, não desperdiçou: finalização de canhota, firme, para ampliar a vantagem. O primeiro tempo terminou com a sensação de missão cumprida e domínio absoluto.

Tudo mudou com o sinal inicial do segundo tempo. Como se um interruptor tivesse sido desligado, a Seleção entrou em campo apática, lenta e desorganizada. O Japão, por sua vez, percebeu a brecha e partiu para cima com energia inesperada.

O ponto de virada foi um erro aos 7 minutos. Fabrício Bruno cometeu um crasso equívoco na saída de bola, presentando Minamino com a esfera. Diante do gol, o atacante foi implacável e fez o primeiro do Japão.

O gol deu asas aos anfitriões e congelou os brasileiros. Aos 18 minutos, a igualdade veio em um cruzamento rasteiro e potente de Ito. Nakamura, completamente livre nas costas de Paulo Henrique, empurrou para as redes. O colapso defensivo brasileiro era evidente.

A virada histórica se consumou aos 25 minutos. Ueda acertou um cabeceio no travessão, causando desespero na área verde e amarela. No escanteio seguinte, o mesmo Ueda subiu sozinho, sem marcação, e cabeceou com força para decretar o 3 a 2, completando uma guinada espetacular em menos de 25 minutos de pesadelo brasileiro.

Ancelotti promoveu várias mudanças, mas a reação brasileira nos minutos finais foi desordenada e inócua. A melhor chance veio nos acréscimos, com Richarlison cabeceando por cima do gol. O Japão, inteligente, se fechou e administrou o resultado até o apito final, celebrando uma vitória épica perante sua torcida.

A derrota soa como um alarme estridente para a Seleção Brasileira, que demonstrou uma fragilidade psicológica e tática assustadora. O tabu de décadas foi quebrado, e a caminhada rumo à Copa do Mundo de 2026 mostra-se repleta de questões a serem respondidas. A próxima oportunidade será em novembro, nos amistosos contra Senegal e Tunísia. O trabalho de Ancelotti, que assumiu com status de salvador, começa a ser verdadeiramente testado.

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