Na segunda-feira (06), o Ministério da Saúde confirmou que ao menos 553 pessoas morreram pelo novo coronavírus no Brasil. Segundo o balanço, foram registradas 67 novas mortes nas últimas 24 horas.o país soma 12.056 casos confirmados da doença. No dia anterior, eram 11.130 casos.
O ministério, porém, tem informado que o número real de casos tende a ser maior, já que são testados apenas os casos graves, de pacientes internados em hospitais, e há casos represados à espera de confirmação.
São Paulo se mantém como o estado mais atingido pelo novo coronavírus. O número de casos confirmados passou para 4.866—eram 4.620, segundo o balanço anterior. As mortes passaram de 275 para 304. Na sequência aparece o Rio de Janeiro, com 1.461 casos e 71 óbitos. Pernambuco ultrapassou o Ceará e agora é o terceiro com maior número de mortes, com 30. O estado também tem 223 casos confirmados. O Ceará tem 1013 casos e 29 mortes.
Seguindo boletim do Ministério da Saúde divulgado no sábado (4), a transmissão no país está em fase inicial, mas a alta incidência de casos em quatro estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Amazonas) e no Distrito Federal já indica uma transição para fase de aceleração descontrolada nesses locais.
Internações em UTIs crescem 1.500% em SP
O número de internações de pacientes infectados pelo coronavírus no estado de São Paulo, em Unidades de Terapia Intensiva, cresceu 1.500% desde 20 de março, passando de 33 para 524 pacientes no último dia 3 de abril. A informação foi passada hoje (6) por Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan e membro do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo.
O número de pessoas que morreram por complicações da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, também cresceu, subindo 180% no mesmo período, no estado de São Paulo.
Segundo Covas, as mortes por coronavírus registradas entre 17 de março e 5 de abril, que já somam 275, é praticamente igual ao número de óbitos por gripe registrados no estado em todo o ano passado (297 em 2019). “Mas se não tivessem sido tomados nenhuma medida, no dia 13 de abril teríamos cerca de 5 mil óbitos. Com as medidas [de quarentena], esperamos chegar lá com menos de 1,3 mil óbitos”, disse Covas.
Apesar desse aumento no número de casos, o diretor do Instituto Butantan reforçou que a quarentena decretada no estado, 26 dias após a confirmação do primeiro caso em São Paulo, achatou a curva. Antes das medidas de restrição, a velocidade de transmissão do vírus era de uma para seis pessoas. No dia 20 de março, esse número caiu, passando de uma para três. No dia 25, já era de uma para menos de duas. Mas somente quando a taxa for menor do que um para um, informou o governo paulista, é que se poderá dizer que a epidemia foi controlada no estado.
Segundo o diretor do Instituto Butantan, com as medidas de restrição social, a partir do dia 23 de março, 66% dos paulistanos começaram a ficar em suas casas. No entanto, isso foi diminuindo nos últimos dias. Em 2 de abril, apenas 52,4% ficaram em suas casas na cidade de São Paulo e 51,8% no estado. O ideal, segundo ele, é que mais de 70% da população do estado permaneça em isolamento social. “Houve um arrefecimento do impulso inicial [de permanecer em casa]. Lembrando que, para que as medidas sejam efetivas, temos que ter acima de 70% de redução da mobilidade que é o que está acontecendo na Itália há mais de três semanas. Aqui ainda não chegamos lá. Precisamos chegar nesse nível de redução do afastamento social, acima de 70%. Essa é a única medida que temos no momento que é eficaz e eficiente para determinar a redução da taxa de contágio”, disse Covas.