
Nesta segunda-feira, Israel retirou a indicação e disse que não enviará novo nome. “Não podemos aceitar um genocídio, que é o que está acontecendo. É uma barbaridade”, disse o assessor da Presidência
O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim, explicou nesta segunda-feira (25), porque o Brasil não concedeu o agrément — autorização diplomática — ao nome indicado por Israel para assumir a embaixada em Brasília.
Diante da situação, Israel retirou, nesta segunda-feira, a indicação do diplomata Gali Dagan, e disse que não enviará novo nome. O país ainda disse que vai rebaixar o nível das relações diplomáticas com o Brasil.
O Itamaraty optou por não se manifestar sobre o caso.
Segundo Amorim, não houve veto formal, mas o Itamaraty deixou o pedido sem resposta, em reação à forma como o governo de Benjamin Netanyahu tratou o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, no ano passado.
Meyer foi chamado a dar explicações sobre declaração do presidente Lula (PT) comparando a guerra em Gaza ao Holocausto.
TENTATIVA DE HUMILHAÇÃO
Diplomatas brasileiros consideraram que a condução de Meyer ao Museu do Holocausto pelo chanceler israelense, Israel Katz, foi tentativa de humilhação.
“Não houve veto. Pediram um agrément e não demos. Não respondemos. Eles entenderam e desistiram. Eles humilharam nosso embaixador lá, uma humilhação pública. Depois daquilo, o que eles queriam?”, ponderou Amorim.
O assessor reforçou que o Brasil não é contra Israel, mas contra a política do atual governo.
“NÃO PODEMOS ACEITAR GENOCÍDIO”
“Nós queremos ter uma boa relação com Israel. Mas não podemos aceitar um genocídio, que é o que está acontecendo. É uma barbaridade. Nós não somos contra Israel. Somos contra o que o governo Netanyahu está fazendo”, assinalou Amorim.
O pedido para que Gali Dagan fosse nomeado embaixador no Brasil foi feito em janeiro. Dagan é ex-embaixador israelense na Colômbia, e deixou o posto em 2024, depois de atritos com o governo Gustavo Petro. Petro e Dagan trocaram críticas depois que o presidente colombiano condenou as ações de Israel na Faixa de Gaza.
EIS OS FATOS
Israel havia indicado o diplomata Gali Dagan no início do ano. O Itamaraty nunca respondeu ao pedido de agrément, prática que equivale à recusa.
As relações entre Brasil e Israel estão tensas desde fevereiro de 2024, quando Lula comparou a ofensiva israelense em Gaza às ações de Adolf Hitler contra os judeus.
Na ocasião, Israel declarou Lula “persona non grata”.
Em resposta, o Brasil retirou o embaixador brasileiro de Tel Aviv, em maio de 2024, e não apresentou substituto.
Qualquer representante do regime Sionista de Israel estará com os pés cheio de sangue das crianças Palestina, estará com os pés cheio de sangue das mulheres grávidas Palestina, estará com os pés cheio de sangue do povo palestino!!