
Agressões contra o Brasil “não lograrão objetivo de beneficiar golpistas”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores, em nota, sobre sanções contra a esposa de Moraes
O Itamaraty condenou as sanções impostas pelos Estados Unidos contra a esposa de Alexandre de Moraes, Viviane Barci de Moraes, classificou-as como um “novo ataque à soberania brasileira” e afirmou que isso “não logrará seu objetivo de beneficiar aqueles que lideraram a tentativa frustrada de golpe de Estado”.
“O Brasil não se curvará a mais essa agressão”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores em nota.
As sanções contra Viviane de Moraes foram anunciadas pelos Estados Unidos na segunda-feira (22). O governo norte-americano falou que ela compõe uma rede de apoio “ao violador de direitos humanos Alexandre de Moraes”.
O Itamaraty rebateu dizendo que, “em nova tentativa de ingerência indevida em assuntos internos brasileiros, o governo norte-americano tentou justificar com inverdades a adoção da medida”.
“O recurso do governo Trump à Lei Magnitsky, no caso do Brasil, uma democracia que se defendeu, com êxito, de uma tentativa de golpe de Estado, não apenas é uma ofensa aos 201 anos de amizade entre os dois países. Representa também a politização e o desvirtuamento na aplicação da lei”, diz a nota do governo brasileiro.
A nota cita o deputado James McGovern, que chamou de “vergonhoso” o uso da Lei Magnitsky com o objetivo de “minar os esforços do Poder Judiciário brasileiro para defender as instituições democráticas e o estado de direito”.
Os Estados Unidos ameaçaram o Brasil e suas autoridades com mais sanções. “Que isto sirva de aviso a quem ameace os interesses dos EUA protegendo e respaldando atores estrangeiros como Moraes: vocês serão responsabilizados”, publicou.
O governo Trump acusa o ministro de ser “responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias e processos politizados – incluindo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro”.
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado, por um placar de 4 votos contra 1, a 27 anos e três meses de prisão por ter liderado o grupo que tentou dar um golpe de Estado entre o fim de 2022 e o começo de 2023.