“Ou aproveitamos essas riquezas que Deus nos deu e fazemos disso uma riqueza para nosso povo, ou vamos ver os países de sempre cavarem buracos no nosso país, levarem nosso minério e a gente ficar com a fome e a pobreza”, afirmou
O presidente Lula afirmou nesta segunda-feira (24) encerramento do encontro empresarial Brasil–Moçambique, que o Brasil não aceitará ser apenas fornecedor de minerais estratégicos, como lítio e cobalto, essenciais para a transição energética.
O presidente foi enfático ao dizer que nações ou empresas interessadas nesses recursos terão que investir em processos produtivos dentro do território nacional. “Se quiserem, terão que industrializar no nosso país para que o nosso país possa ganhar dinheiro”, declarou, defendendo que cada país mantenha controle soberano sobre suas riquezas.
“Ou aproveitamos essas riquezas que Deus nos deu e fazemos disso uma riqueza para nosso povo, ou vamos ver os países de sempre cavarem buracos no nosso país, levarem nosso minério e a gente ficar com a fome e a pobreza”, afirmou.
Segundo Lula, a experiência histórica brasileira demonstra a necessidade de políticas que priorizem agregação de valor e desenvolvimento interno. Ele defendeu que a cooperação com países africanos deve incluir transferência tecnológica e integração industrial, de modo que ambos os lados se beneficiem de forma equilibrada.
Lula reforçou o que já vem dizendo, que o país não pretende repetir modelos de exploração que exportam riquezas naturais sem agregar valor. O discurso destacou a importância de uma política industrial que assegure benefícios diretos à população brasileira.
O presidente disse que Moçambique tem um grande potencial econômico, assim como o continente africano. Lula apontou setores como energia, agricultura, saúde, tecnologia e defesa como áreas propícias para cooperação entre os dois países. Ele afirmou que o Brasil precisa ampliar suas importações e investimentos em Moçambique, além de fortalecer parcerias entre as cadeias produtivas do Mercosul e da zona de livre comércio africana. “Não estamos falando de uma coisa pequena”, afirmou ao citar um mercado integrado de 1,3 bilhão de pessoas e PIB trilionário.
Lula defendeu que o Brasil pode contribuir de forma decisiva para a segurança alimentar de Moçambique e ressaltou que a Petrobrás tem capacidade técnica para colaborar na exploração de gás natural no país africano. Ele lembrou que Moçambique possui grandes reservas, enquanto o Brasil tem demanda crescente pelo insumo. Nesse contexto, afirmou que a estatal brasileira pode atuar diretamente com empresas locais para viabilizar projetos conjuntos.











