A deputada criticou a ata do Copom divulgada nesta terça-feira (17). “A ata é uma carta de sequestro da política econômica do governo, que o mercado quer impor, via BC ‘autônomo’, exigindo cortes e medidas contracionistas”, disse
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, defendeu que, “definitivamente, o Brasil precisa de uma nova política monetária, com novos instrumentos de avaliação do cenário econômico, mais realistas e eficazes, que não se curvem às chantagens e ao oportunismo financista”.
A deputada federal afirmou nas redes sociais que “é um tapa na cara da população e dos setores produtivos” a ata divulgada pelo Banco Central para “explicar” o aumento dos juros básicos para 12,25%.
O Banco Central, dirigido pelo bolsonarista Roberto Campos Neto, aponta que houve uma “desancoragem adicional” da expectativa de inflação.
Gleisi Hoffmann rebateu que “quem está ‘desancorado’ da realidade é o Copom do BC”. “A ata divulgada hoje é um tapa na cara da população e dos setores produtivos da economia, que não podem conviver por mais tempo com os maiores juros reais do planeta”.
“Essa é a irresponsabilidade de que falou o presidente Lula”, continuou. O presidente Lula falou que “não há nenhuma explicação” para os juros em 12,25% e que isso é “irresponsabilidade” do BC.
“A ata é uma carta de sequestro da política econômica do governo, que o mercado quer impor, via BC ‘autônomo’, exigindo cortes e medidas contracionistas”, acrescentou Gleisi.
“Quem não tem credibilidade nenhuma são as tais expectativas dos agentes consultados pelo BC, que erraram todas as suas previsões catastrofistas sem perder a arrogância jamais”, acrescentou.
A votação no Copom foi unânime, inclusive com os indicados de Lula votando pelo aumento dos juros.
A taxa básica de juros foi elevada pelo BC pela terceira vez seguida, passando de 10,5%, em setembro, para 12,25%, na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada no dia 11 de dezembro.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, disse na terça-feira (17) que os juros altos podem desacelerar a economia e gerar mais inflação.
“Estamos criando condições, a meu ver, de termos pressão inflacionária com falta de oferta. Não foi por falta de demanda”, argumentou.
“Eu não me lembro em nenhum momento de ao final da reunião do Copom ser precificado aumento de juros, ainda por cima com alta. Sempre vi viés de alta, de baixa ou neutro. Isso ajuda no controle da inflação? Eu creio que não”, disse o empresário.