Segundo dados do Ministério da Saúde divulgados neste sábado (4), o país já registra ao menos 432 mortes pelo novo coronavírus e já soma 10.278 casos confirmados da doença.
Nas últimas 24 horas, os dados contabilizados pelo governo federal registraram 72 mortes e 1.222 novos casos da doença. O número representa um salto de 13,5% em relação ao dia anterior, quando foram computados 9.056 casos.
Agora, apenas três estados que ainda não registraram mortes em decorrência do novo coronavírus: Acre, Mato Grosso e Tocantins.
São Paulo continua concentrando a maior parte dos casos e dos óbitos. Foram registrados 4.466 casos e 260 mortes em decorrência do vírus. Na sequência aparecem Rio de Janeiro (1246 casos e 58 mortos) e Ceará (730 casos e 22 mortos).
O ministério, porém, tem informado que o número real de casos tende a ser maior, já que são testados apenas os casos graves, de pacientes internados em hospitais, e há casos represados à espera de confirmação. Na quinta-feira (04), ao menos 23 mil exames ainda aguardavam análise.
ACELERAÇÃO DESCONTROLADA
Um relatório do Ministério da Saúde divulgado nesta sexta-feira (3), informou que quatro estados e o Distrito Federal podem estar em transição de fase epidêmica do novo coronavírus, passando de transmissão localizada para aceleração descontrolada da pandemia.
De acordo com os dados do relatório, é preocupante a situação do Distrito Federal, São Paulo, Ceará, Rio de Janeiro e Amazonas, considerando o Coeficiente de Incidência nacional de 4,3 casos por 100.000 habitantes.
Nessas regiões, os ‘Coeficientes de Incidência’ são:
• Distrito Federal – 13,2/100 mil
• São Paulo – 9,7/100 mil
• Ceará – 6,8/100 mil
• Rio de Janeiro – 6,2/100 mil
• Amazonas – 6,2/100 mil
Para a análise, o Ministério da Saúde divide a pandemia em quatro fases epidêmicas: epidemia localizada, aceleração descontrolada, desaceleração e controle.
O relatório aponta preocupação sobre o número de profissionais da saúde diagnosticados com a doença, a carência de profissionais de saúde capacitados para o manejo de equipamentos, a falta de leitos e a insuficiência da capacidade laboratorial.
“Para o momento mais crítico da emergência, será necessária uma ampliação para realização de 30 a 50 mil testes de RT-PCR por dia”, conclui.
“A constatação de casos entre profissionais de saúde é a maior preocupação da resposta à emergência e um dos eixos centrais da cadeia de resposta, juntamente com os equipamentos de proteção individual e equipamentos de suporte (leitos, respiradores e testes laboratoriais), compondo os condicionantes do Sistema Único de Saúde para a dinâmica social e laboral. Este evento representa um risco significativo para a saúde pública, ainda que a magnitude (número de casos) não seja elevada do mesmo modo em todas os municípios.”, cita o texto.
“Há carência de profissionais de saúde capacitados para manejo de equipamentos de ventilação mecânica, fisioterapia respiratória e cuidados avançados de enfermagem direcionados para o manejo clínico de pacientes graves de COVID-19 e profissionais treinados na atenção primária para o manejo clínico de casos leves de Síndrome Gripal.”
“Os leitos de UTI e de internação não estão devidamente estruturados e nem em número suficiente para a fase mais aguda da epidemia”, completa o relatório do Ministério.
QUARENTENA
O Ministério da Saúde reafirma que o estabelecimento da quarentena no conjunto da população dos estados e municípios, contribui “para evitar o colapso dos sistemas locais de saúde”.
Segundo o órgão, o coronavírus vem apresentando padrão de alta transmissibilidade em algumas áreas geográficas. Em São Paulo, por exemplo, estima-se que a taxa de transmissibilidade varia de R0>3 a R0<6. Após a adoção das medida de distanciamento social ampliado, essa taxa está próxima de R0=2.
O relatório ainda cita que “as Unidades da Federação que implementaram medidas de distanciamento social ampliado devem manter essas medidas até que o suprimento de equipamentos e equipes de saúde estejam disponíveis em quantitativo suficiente, de forma a promover, com segurança, a transição para a estratégia de distanciamento social seletivo.