
Em nota, governo brasileiro afirma que instalação de 22 novos assentamentos na Cisjordânia equivale a uma “anexação do território palestino”. Itamaraty ainda “repudia as recorrentes medidas unilaterais tomadas pelo governo israelense”
O governo Lula afirmou que a aprovação, em Israel, da invasão da Cisjordânia para a instalação de 22 novos assentamentos “constitui flagrante ilegalidade perante o direito internacional” e condenou a “anexação do território palestino”.
Na quinta-feira (29), o governo de Israel anunciou a criação das 22 colônias na região da Cisjordânia como uma “decisão histórica”. Essa é a maior expansão de Israel sobre o território palestino em 30 anos.
O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, falou que “não estamos tomando terras estrangeiras, mas a herança de nossos ancestrais”. Ele próprio é um colono e possui terras na Cisjordânia.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores condenou, “nos mais fortes termos, o anúncio pelo governo israelense (…) da aprovação de 22 novos assentamentos na Cisjordânia, território que é parte integrante do Estado da Palestina”.
“Essa decisão constitui flagrante ilegalidade perante o direito internacional e contraria frontalmente o parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça de 19 de julho de 2024, que considerou ilícita a contínua presença de Israel no território palestino ocupado e concluiu ter esse país a obrigação de cessar, imediatamente, quaisquer novas atividades em assentamentos e de evacuar todos os seus moradores daquele território”, continuou o governo federal.
O ministro da Defesa, Israel Katz, disse publicamente que a colonização da Cisjordânia é “uma medida estratégica que impede o estabelecimento de um Estado palestino”. O Hamas, grupo que Israel diz querer destruir, sequer atua na Cisjordânia.
O Itamaraty ainda “repudia as recorrentes medidas unilaterais tomadas pelo governo israelense, que, ao imporem situação equivalente a anexação do território palestino ocupado, comprometem a implementação da solução de dois Estados”.
Na nota, o governo reafirmou “seu histórico compromisso com um Estado da Palestina independente e viável, convivendo em paz e segurança ao lado de Israel, nas fronteiras de 1967, incluindo a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, com capital em Jerusalém Oriental”.
Leia a nota na íntegra:
Aprovação de 22 novos assentamentos israelenses no Estado da Palestina
O governo brasileiro condena, nos mais fortes termos, o anúncio pelo governo israelense, realizado no dia 29 de maio, da aprovação de 22 novos assentamentos na Cisjordânia, território que é parte integrante do Estado da Palestina.
Essa decisão constitui flagrante ilegalidade perante o direito internacional e contraria frontalmente o parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça de 19 de julho de 2024, que considerou ilícita a contínua presença de Israel no território palestino ocupado e concluiu ter esse país a obrigação de cessar, imediatamente, quaisquer novas atividades em assentamentos e de evacuar todos os seus moradores daquele território.
O Brasil repudia as recorrentes medidas unilaterais tomadas pelo governo israelense, que, ao imporem situação equivalente a anexação do território palestino ocupado, comprometem a implementação da solução de dois Estados.
Reafirma, ainda, seu histórico compromisso com um Estado da Palestina independente e viável, convivendo em paz e segurança ao lado de Israel, nas fronteiras de 1967, incluindo a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, com capital em Jerusalém Oriental.