
Há quatro anos estamos sob um energúmeno que trouxe ao país a destruição econômica, o obscurantismo, a depredação da escola – do ensino primário ao universitário -, a morte de centenas de milhares de brasileiros, o estrangulamento dos recursos para ciência e tecnologia, e a ameaça diária à democracia e aos mais comezinhos princípios de civilização, inclusive com atentados às mulheres e homens de nosso país.
Leitores, isso acabou no dia de hoje.
É verdade, ainda faltam dois meses para a posse de Lula e ainda temos de garantir essa posse – mas ai de quem se atrever a desrespeitar a vontade do povo.
Na própria noite em que Bolsonaro venceu as eleições de 2018, publicamos nossa posição (v. HP 29/10/2018, Vitória de Bolsonaro cria grave ameaça à democracia no Brasil).
Tudo que afirmamos se confirmou – porém, muito mais. Não tínhamos, na época, como adivinhar que esse elemento deixaria morrer 650 mil pessoas na epidemia de Covid-19 que tomou o mundo. Ele é diretamente responsável pela morte dessas pessoas. Seu governo foi, literalmente, um governo assassino.
Pois, leitores, isso acabou hoje, com a vitória de Lula.
Temos, agora, que reconstruir o país e retomar a vereda do desenvolvimento.
Para isso, temos uma base política, formada, sobretudo, no segundo turno das eleições: a frente ampla, sem a qual não poderíamos ter derrotado Bolsonaro.
Pois, a eleição de Lula é, antes de tudo, uma vitória dos pobres, das mulheres, dos Estados nordestinos – embora não somente dos nordestinos – e a vitória de todos os setores interessados na preservação da democracia.
A democracia, como seu significado grego revela, é o poder do povo. Para que democracia, se não é para ter um governo a serviço do povo, isto é, do desenvolvimento independente, soberano, do país, que contemple o conjunto da população, principalmente, seus setores mais desvalidos, mais miseráveis?
É essa a esperança do povo brasileiro, com a vitória de hoje.
Na verdade, é uma vitória de todos os brasileiros, do Chuí ao Oiapoque, do Prata ao Amazonas, como se dizia em outras épocas, uns mais outros menos.
Certamente, não será fácil a reconstrução e o desenvolvimento.
Mas seria impossível com Bolsonaro e seu entorno de reacionários fascistas.
A vitória do povo brasileiro no dia de hoje é de um tamanho imenso – e de um esplendor que se compara à derrubada da ditadura.
Daí a festa que toma as ruas neste momento.
É o povo, alegre, eufórico, pela derrota do governo mais tacanho, mais reacionário, mais obscurantista, mais antipopular e antinacional que já tivemos em toda a nossa história.
Agora, temos que apagar as nódoas que esse desgoverno deixou no país.
Brasileiros, a Pátria nos convoca!
CARLOS LOPES