Os brasileiros deportados dos EUA, que chegaram ao Brasil na madrugada de sábado, relataram que foram agredidos e humilhados por agentes norte-americanos durante o voo.
O avião com os brasileiros pousou em Manaus, com falhas técnicas no ar-condicionado, e imagens de passageiros acorrentados nas mãos e nos pés causou indignação. O governo brasileiro considerou um “flagrante desrespeito” aos direitos dos brasileiros, informou o Ministério da Justiça.
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Os relatos de agressões durante o voo foram feitos por vários passageiros. Vitor Gustavo da Silva, 21, declarou que “eles bateram na gente porque a gente tava com calor e a gente não queria ficar preso no avião mais”.
“Nós que nos rebelamos contra eles, porque eles iriam nos matar. O avião parou três vezes, lá em Luisiana, no Panamá e Manaus. Nós que paramos o avião, senão ia cair tudo”, afirmou Carlos Vinícius Jesus, 29, à imprensa em Confins.
“Foi um inferno, uma tortura. Desde que a gente saiu de Luisiana, deu para perceber que o avião estava com algum problema. Mesmo assim, eles forçaram. Acho que foi uma falta de compromisso deles”, declarou Sandra Souza, 36.
Sandra, o marido Alisdete Gonçalves dos Santos, de 49, e seus dois filhos pequenos estavam entre os deportados. Conforme relatou, eles foram informados de que iriam para uma reunião com a imigração, mas não retornaram mais, levando apenas os pertences que tinham em mãos, sem nem conseguir pegar uma fralda para o filho.
O Itamaraty informou que irá apresentar queixa ao governo Trump. A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo também se manifestou. “A gente tinha numa mesma aeronave famílias, crianças, crianças com autismo, com algum tipo de deficiência, que passaram por situações muito graves”, afirmou.