
O grupo aponta “a necessidade urgente de romper o ciclo de violência e restaurar a paz” e pede o “estabelecimento de uma zona livre de armas nucleares e outras armas de destruição em massa no Oriente Médio”
Os países membros do BRICS divulgaram uma nota conjunta denunciando que os ataques de Israel e Estados Unidos contra o Irã “constituem violação do direito internacional” e ressaltou a “necessidade urgente de romper o ciclo de violência e restaurar a paz”.
“Guiados pelos princípios consagrados na Carta das Nações Unidas, o BRICS permanece comprometido com a promoção da paz e da segurança internacionais e com o fomento da diplomacia e do diálogo pacífico como único caminho sustentável para a estabilidade duradoura na região”, diz o documento.
O Irã, que foi bombardeado por Israel e Estados Unidos, mirando em suas instalações nucleares, foi admitido como membro pleno do BRICS em janeiro de 2024. O grupo também conta com Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Indonésia.
De acordo com o grupo, os ataques contra o Irã “constituem violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas, e a subsequente escalada da situação de segurança no Oriente Médio”.
O BRICS também mostrou preocupação “em relação a quaisquer ataques contra instalações nucleares de natureza pacífica realizados em violação ao direito internacional e às resoluções pertinentes da Agência Internacional de Energia Atômica”.
“Nesse sentido, também reafirmamos a necessidade de estabelecimento de uma zona livre de armas nucleares e outras armas de destruição em massa no Oriente Médio, em conformidade com as resoluções internacionais pertinentes”, acrescenta. Hoje, o único país com bombas nucleares na região é Israel, que proíbe inspeções internacionais.
Os países do BRICS apontam “a necessidade urgente de romper o ciclo de violência e restaurar a paz. Conclamamos todas as partes envolvidas a engajarem-se, por meio dos canais de diálogo e diplomáticos existentes, com vistas a desescalar a situação e resolver suas divergências por meios pacíficos”.
Leia a nota na íntegra:
Expressamos profunda preocupação com os ataques militares contra a República Islâmica do Irã desde o dia 13 de junho de 2025, os quais constituem violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas, e a subsequente escalada da situação de segurança no Oriente Médio.
Diante do aumento das tensões, cujas consequências para a paz e a segurança internacionais, bem como para a economia global, são imprevisíveis, ressaltamos a necessidade urgente de romper o ciclo de violência e restaurar a paz. Conclamamos todas as partes envolvidas a engajarem-se, por meio dos canais de diálogo e diplomáticos existentes, com vistas a desescalar a situação e resolver suas divergências por meios pacíficos.
Expressamos profunda preocupação em relação a quaisquer ataques contra instalações nucleares de natureza pacífica realizados em violação ao direito internacional e às resoluções pertinentes da Agência Internacional de Energia Atômica. As salvaguardas, a segurança e a proteção nucleares devem ser sempre respeitadas, inclusive em situações de conflitos armados, a fim de resguardar as pessoas e o meio ambiente contra danos. Nesse contexto, reiteramos nosso apoio a iniciativas diplomáticas que visem abordar desafios regionais.
Vidas civis devem ser protegidas e a infraestrutura civil deve ser salvaguardada, em total conformidade com o Direito Internacional Humanitário. Estendemos nossas sinceras condolências às famílias das vítimas e expressamos nossa solidariedade com os civis afetados.
Guiados pelos princípios consagrados na Carta das Nações Unidas, o BRICS permanece comprometido com a promoção da paz e da segurança internacionais e com o fomento da diplomacia e do diálogo pacífico como único caminho sustentável para a estabilidade duradoura na região. Nesse sentido, também reafirmamos a necessidade de estabelecimento de uma zona livre de armas nucleares e outras armas de destruição em massa no Oriente Médio, em conformidade com as resoluções internacionais pertinentes.
Conclamamos a comunidade internacional a apoiar e facilitar os processos de diálogo, defender o direito internacional e contribuir construtivamente para a solução pacífica de controvérsias em benefício de toda a humanidade.
Os países do BRICS continuarão atentos a essa matéria.