
O presidente Lula defendeu, em evento com empresários do BRICS realizado neste sábado (5), que seja criada uma “governança multilateral” para lidar com os “riscos e efeitos colaterais” do surgimento das Inteligências Artificiais.
Em discurso feito no Fórum Empresarial do BRICS, que está ocorrendo no Rio de Janeiro, Lula destacou que “a inteligência artificial traz possibilidades que, há poucos anos, sequer imaginávamos”, mas, “na ausência de diretrizes claras coletivamente acordadas, os modelos gerados com base apenas na experiência de grandes empresas de tecnologia vão se impor”.
“Os riscos e efeitos colaterais da inteligência artificial demandam uma governança multilateral”, afirmou.
Já tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que regulamenta a produção e uso de inteligências artificiais no Brasil. Hoje, podem ser encontradas online ferramentas que produzem imagens, vídeos e músicas totalmente artificiais de graça, sem qualquer preocupação com questões éticas e econômicas, como o uso de imagens de pessoas ou de produtos com direitos autorais.
No encontro, o presidente Lula declarou que “os empreendedores aqui reunidos compõem o eixo dinâmico da economia internacional”.
“Os onze membros plenos do BRICS já superam 40% do PIB global em paridade de poder de compra. Em 2024, enquanto o mundo cresceu 3,3%, registramos uma expansão média de 4% nos países do BRICS. Este ano seguiremos em ritmo superior”, disse.
O BRICS é composto por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.
Para Lula, os chefes de Estado têm a responsabilidade de resolver os conflitos e guerras existentes.
“O vínculo entre paz e desenvolvimento é evidente. Não haverá prosperidade em um mundo conflagrado. É patente que o vácuo de liderança agrava as múltiplas crises enfrentadas por nossas sociedades. Estou certo de que este Fórum e a Cúpula do BRICS que se inicia amanhã aportarão soluções”, falou.
No domingo (6), também no Rio de Janeiro, será realizada a reunião de Cúpula dos BRICS, reunindo chefes de Estado ou seus representantes.