Dois anos após a prisão de Milagro Sala, parlamentar do Mercosul e dirigente da organização indigenista Tupac Amaru, mais de 10 mil pessoas marcharam em Buenos Aires nesta quarta-feira para exigir o fim da sua prisão “injusta, arbitrária e ilegal”. Inúmeras organizações de direitos humanos, parlamentares e lideranças sindicais e políticas presentes à manifestação condenaram a onda de perseguições a oposicionistas implementada pelo governo neoliberal de Maurício Macri.
Em nome do Fórum pela Democracia e Liberdade dos presos políticos, Estela Dias, secretária de Gênero e Igualdade de Oportunidades da Central de Trabalhadores da Argentina, lembrou que “já são 731 dias de cárcere, mais de 17 mil horas, que somam uma quantidade de injustiça que somente pode vir à tona devido à enorme solidariedade nacional e internacional contra esta detenção”.
Para o secretário-geral da Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE-capital), Daniel Catalano, “a massividade do ato fala do compromisso que temos enquanto classe contra o abuso da autoridade que levou à detenção arbitrária de dezenas de militantes sociais e políticos”. Catalano lembrou da decisão judicial da Corte Interamericana de Direitos Humanos pela imediata libertação de Sala.
Conforme o secretário-geral da União dos Trabalhadores da Educação (UTE), Eduardo López, o protesto que tomou as ruas da capital argentina “é uma jornada em defesa da lei, da Constituição e das garantias constitucionais”, “porque o governo Macri não cumpre a lei e mantém Milagro Sala presa”.
A Associação Argentina de Atores defendeu a libertação de Sala e do ator e militante César Arakaki, que se encontra encarcerado desde o dia 18 de dezembro contra a reforma da Previdência. “São detenções arbitrárias em que não está se respeitando o direito do ser humano protestar. Nada disso é casual: a verdade é que a Argentina está presa politicamente”, sublinhou Lola Berthet, secretária de Organização