Butantan retoma produção e entrega mais 800 mil doses da CoronaVac

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Doses foram entregues ao Plano Nacional de Imunização - Foto: Governo de SP

O Instituto Butantan liberou mais 800 mil doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde nesta sexta-feira (11). Com o novo lote, o Instituto totaliza 48 milhões de doses enviadas ao Programa Nacional de Imunização (PNI) desde o início do ano.

Segundo o governador João Doria (PSDB), uma nova remessa deve ser liberada na próxima segunda-feira (14).

“Vamos seguindo na produção de doses ao longo dos próximos dias, e estaremos fazendo uma entrega adicional de 5 milhões de doses, começando com essas 800 mil que estão sendo embarcadas agora para o Ministério da Saúde”, afirmou Doria.

Durante coletiva de imprensa na sede do Instituto, o governador manteve a previsão de concluir a entrega das 100 milhões de doses até o final de setembro.

“O Instituto Butantan, aqui representado pelo Dimas Covas, seu presidente, confirma que até o final do mês de setembro nós concluiremos o nosso projeto, o contrato de entregar 100 milhões de doses da vacina do Butantan para o Ministério da Saúde”, disse.

Doria afirmou na última quinta-feira (10) durante visita a Mogi Guaçu (SP) estar confiante sobre as próximas importações de insumos chineses para a produção da vacina Coronavac contra a Covid-19. 

O político destacou ações da atual diplomacia do Brasil com o governo chinês “sem agressões” e com estímulo às autorizações necessárias para que o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) chegue ao país.

“Estamos confiantes de que entramos numa fase de normalidade”, afirmou Doria.

Com total de aproximadamente 50 milhões de doses entregues até a próxima segunda (14) ao Ministério da Saúde, segundo o governo estadual, a expectativa é que o montante alcance 100 milhões de doses produzidas e envasadas pelo Instituto Butantan até 30 de setembro.

“O atual chanceler do Brasil, França, que é o ministro das Relações Exteriores, está tendo um outro comportamento nas relações diplomáticas com a China e agindo de forma correta neste entendimento, sem agressões, obviamente, e estimulando a bilateralidade dessas relações, seja no plano institucional, no plano comercial e, especialmente, no que se refere às autorizações para a liberação da importação de insumos para a vacina do Butantan, a CoronaVac”, completou.

Retomada

Esta é a primeira remessa a ser enviada ao governo federal após a retomada da produção da vacina, que chegou a ser paralisada em maio por conta da falta de matéria-prima. A última foi feita há quase um mês, no dia 14 de maio.

No final do mês passado, o Butantan voltou a receber o insumo e conseguiu retomar o envase do imunizante.

Na semana passada, em coletiva de imprensa, Doria disse que o instituto vai receber 6 mil litros de IFA, suficiente para produção de 10 milhões de doses da vacina do Butantan, no dia 28 de junho.

A matéria-prima, enviada pela biofarmacêutica Sinovac, parceira do Butantan, passa pelos processos de envase, rotulagem, embalagem e controle de qualidade para que a vacina seja entregue ao PNI.

O embaixador da China no Brasil Yang Warming reafirmou em seu Twitter o compromisso e a entrega do IFA até o final do mês.

Vacinação na China

A China hoje é o principal fornecedor de vacinas e de insumos para a produção de imunizantes do mundo, cooperando no combate à pandemia em dezenas de países. Somente para o Brasil, o país asiático deve fornecer insumos para a produção de cerca de 230 milhões de doses de vacina, entre a CoronaVac (130 milhões contratadas) e da AstraZeneca (100 milhões), que produz seus insumos em fábricas chinesas.

Ainda assim, a China alcançou, no início de junho, uma média diária de vacinação contra Covid-19 maior do que o total de imunizações realizadas no Brasil durante todo o mês de maio. Segundo dados do site Our World in Data, o país asiático chegou, no dia 4 de junho, a aplicar 20,99 milhões de doses. 

Este número não é nem o maior da série – em 2 de junho, o governo chinês reportou a aplicação de 22,918 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus. Os dados não diferenciam a primeira da segunda dose.

Nenhuma outra grande potência teve um desempenho semelhante – nem mesmo os Estados Unidos, que, em meados de abril, vacinaram 3,3 milhões de pessoas por dia e hoje imunizam cerca de 1 milhão diariamente.

Com esse avanço, a China imunizou, pelo menos com a primeira dose, 47% da sua população de 1,4 bilhão de pessoas. Essa estimativa coloca a China com mais de 650 milhões de imunizados, segundo a Comissão Nacional de Saúde Chinesa (NHC).

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