O ex-governador do Rio foi condenado nesta quarta-feira a 45 anos e 2 meses de reclusão, além de multa por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e liderança da organização criminosa que assaltou o estado. Esta é a segunda condenação de Sérgio Cabral (PMDB), que já estava condenado a 14 anos de prisão. Ao todo ele responde a 14 processos.
Cabral é condenado a 45 anos de prisão
O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), foi condenado nesta quarta-feira (20), a 45 anos e 2 meses de reclusão, além de multa por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e envolvimento a organização criminosa. Cabral era investigado pela Operação Calicute, desdobramento da Lava-Jato no estado. O esquema desviava verbas de contratos do governo do Rio com empreiteiras.
A sentença foi proferida pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, que também condenou outras 11 pessoas por participação no esquema do ex-governador. Entre elas, a esposa de Cabral, Adriana Ancelmo, sentenciada a 18 anos e 3 meses de prisão.
Na sentença, Cabral é descrito como “idealizador do gigante esquema criminoso institucionalizado no âmbito do Governo do Estado do Rio de Janeiro, era o chefe da organização, cabendo-lhe essencialmente solicitar propina às empreiteiras que desejavam contratar com o Estado do Rio de Janeiro, em especial a Andrade Gutierrez, e dirigir os demais membros da organização no sentido de promover a lavagem do dinheiro ilícito”.
“Assim é que Sérgio Cabral solicitou a Rogério Nora, presidente da Andrade Gutierraz, o pagamento de propina, para que a que referida empreiteira fosse admitida a contratar com o Estado do Rio de Janeiro, em reunião realizada no início de 2007, na casa do ex-governador, solicitação essa que foi reforçada em outra reunião, dessa vez realizada no Palácio Guanabara. Ato contínuo, promoveu a lavagem do dinheiro espúrio angariado, de diferentes formas, valendo-se dos demais réus, inclusive de Adriana Ancelmo, sua companheira de vida e de práticas criminosas”, acrescenta o juiz.
Está será a segunda condenação de Cabral por envolvimento em esquemas de propina. Em junho deste ano, o juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava-Jato em primeira instância, condenou Cabral a 14 anos e dois meses por corrupção e lavagem de dinheiro. Na ocasião, a Justiça considerou que ele recebeu propina das empresas Andrade Gutierrez, Odebrecht e Queiroz Galvão. Segundo a Procuradoria, a verba foi desviada do contrato de terraplanagem nas obras do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).