O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, foi condenado a 11 anos de prisão por ter recebido R$ 1,3 milhão em propina do empresário George Sadala, que foi favorecido em licitações do governo.
Essa é a 14ª condenação de Cabral e a sua pena ultrapassou os 294 anos.
Além de Cabral, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, condenou ainda o ex-secretário de governo Wilson Carlos, o operador financeiro Luiz Carlos Bezerra e George Sadala.
Segundo Bretas, George Sadala pagou R$ 1,3 milhão, dividido em sete parcelas, para Cabral, Wilson Carlos e Bezerra, entre 2009 e 2015, para conseguir o contrato de gestão do Poupa Tempo.
Sadala aparece, junto com outros empresários e políticos, nas fotos da “farra dos guardanapos”, nome pelo qual ficou conhecida uma festa feita por Cabral em Paris. O MPF acredita que a festança aconteceu para celebrar que o Rio de Janeiro seria escolhido para sediar os Jogos Olímpicos de 2016.
Cabral, que é colaborador da Justiça, disse que realmente a propina foi paga, mas o montante foi maior do que o apontado pelo MPF.
“Implementei aqui no Rio [o Poupa Tempo] com uma licitação direcionada para benefício dessa sociedade em que a empresa do [Georges] Sadala é sócio, o que foi dito pelo [operador Luiz Carlos] Bezerra é verdade. A ação do MPF fala em propina de R$ 1,3 milhão. Houve essa propina, mas na verdade foi de R$ 1,5 milhão”, comentou o ex-governador.
Para o juiz Marcelo Bretas, “os motivos que levaram Sérgio Cabral à prática criminosa são altamente reprováveis, e revelou tratar-se de pessoa gananciosa e que, apesar de ter total conhecimento da natureza criminosa de suas atividades e da gravidade dos seus atos, perseverou na prática de delitos ano após ano”.
“Nada mais repugnante do que a ambição desmedida de um agente público que, tendo a responsabilidade de gerir o atendimento das necessidades básicas de milhões de cidadãos do Estado do Rio de Janeiro, opta por exigir vantagens ilícitas a empresas”, continuou.
Bretas condenou o empresário George Sadala a 15 anos e 9 meses de prisão, o ex-secretário de governo Wilson Carlos a 14 anos e 5 meses e o operador financeiro Luiz Carlos Bezerra a 7 anos e 1 mês. Eles poderão responder em liberdade, pois cabe recurso.