Na manhã desta quarta-feira (10) mais três denúncias contra o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), foram acatadas pela juíza Caroline Vieira Figueiredo, substituta da 7ª Vara Federal Criminal da cidade, onde atua o juiz Marcelo Bretas. Somada às denúncias anteriores, o ex-governador se tornou réu pela 20ª vez. As denúncias foram apresentadas no dia 19 de dezembro pelo Ministério Público Federal (MPF). O auge dos crimes de Cabral foi no período em que ele e o ex-presidente Lula mantinham uma aliança estreita eram aliados políticos.
A primeira das novas denúncias inclui também Wilson Carlos da Silva, Luiz Carlos Bezerra e Georges Sadala Rihan, que também se tornaram réus na ação. Nas investigações foi possível identificar mais um participante importante do esquema criminoso que atingiu o Rio, na gestão de Sérgio Cabral. Georges Sadala, dono da organização que controla as empresas contratadas pelo governo do estado no ramo de prestação de serviços do Poupa Tempo, é acusado de repassar R$ 1.331.000,00 de propina à organização criminosa, em troca de benefícios para as empresas de seu grupo econômico, dentre elas a Gelpar Empreendimentos e Participações Ltda.
A segunda denúncia envolve, além de Cabral, o ex-chefe da Casa Civil Régis Fitchner e o operador do esquema, Luiz Carlos Bezerra. Conforme a denúncia, entre janeiro de 2007 e abril de 2014, Fitchner recebeu um total de R$ 1,56 milhão, divididos em valores que variavam de R$ 100 mil a R$ 400 mil, pagos por Carlos Bezerra por meio da Federação de Transportes do Rio de Janeiro (Fetranspor) como forma de viabilizar as necessidades das empresas de transporte público que atuam no Estado.
Na última das novas denúncias, ex-governador Sérgio Cabral é acusado junto ao ex-secretário de Obras Hudson Braga, o operador Wagner Jordão e os donos da empreiteira Oriente, Alex Sardinha da Veiga e Geraldo André de Miranda Santos. Segundo a denúncia, a empreiteira ofereceu propina para participar da construção do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro. Da obra participou também a Delta Construtora, do empresário Fernando Cavendish, que se encontra atualmente em prisão domiciliar
No entendimento da juíza Caroline Figueiredo “de modo consciente, voluntário e estável, os réus constituíram, financiaram e integraram uma organização criminosa que tinha por finalidade a prática de corrupção ativa e passiva em detrimento do estado do Rio de Janeiro”.