O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) encaminhou uma carta aos representantes do governo e da Aeronaútica sobre a aliança entre a Boeing e a Embraer, pedindo proteção e mais incentivos para a base industrial brasileira.
A cadeia produtiva da Embraer no país é composta por cerca de 70 empresas, e emprega 5 mil funcionários. Apenas 10 destas empresas são exportadoras. O Ciep destacou a preocupação com os impactos da nova aliança entre a Embraer e a Boeing no futuro dessas empresas fornecedoras, caso não haja uma política do governo que garanta a preservação da cadeia nacional.
“Se não tiver proteção, a cadeia vai morrer num curto espaço de tempo, por falta de acesso ao mercado global e de competitividade”, disse o diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) em São José dos Campos, Cesar Augusto Andrade e Silva.
Os fornecedores da Embraer não foram mencionados no acordo com a Boeing, anunciado na semana passada. “Espero que este assunto venha à tona no detalhamento da parceria e o governo aja no sentido de preservá-los”, disse Silva.
“O Brasil abriga a terceira fabricante de aviões mais importante do mundo, mas as pequenas e médias empresas do setor aeroespacial do país ainda estão fora da cadeia global de fornecimento de aeroestruturas, um mercado estimado em US$ 60 bilhões”, ressaltou Silva.
O Ciesp quer a criação de uma cadeia aeronáutica completa para o atendimento às Forças Armadas e ao governo brasileiro, para garantir independência e sustentabilidade tecnológica.