A produção de veículos caiu 10,1% em março na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em relação a fevereiro, houve redução de 6,4%, segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) na quinta-feira (4).
No mês foram produzidas 240,5 mil unidades, entre carros de passeio, comerciais leves, caminhões e ônibus. O primeiro trimestre terminou acumulando uma produção de 695,7 mil veículos, registrando uma retração de 0,6% em relação a igual período do ano passado.
Segundo Antonio Megale, presidente da Anfavea, a queda na produção se deve, entre outras coisas, ao recuo das exportações para a Argentina, uma queda de 42% em março em relação a março do ano passado. A Argentina é o principal destino dos veículos brasileiros e representa 60% das exportações do setor.
DESEMPREGO
O primeiro trimestre foi marcado pela movimentação das montadoras americanas Ford e General Motors em buscar mais privilégios. A Ford anunciou que vai fechar sua fábrica de caminhões em São Bernardo do Campo (SP) ao longo deste ano, onde emprega 4,5 mil trabalhadores diretos e indiretos.
No início do ano, a GM ameaçou fechar suas cinco fábricas no Brasil, caso não voltasse a ter lucros. “Não vamos continuar investindo para perder dinheiro”, disse a presidente mundial da GM, Mary Barra.
Para não perder seus emprego, os trabalhadores da fábrica da GM em São José dos Campos (SP) aprovaram a proposta feita pela multinacional que inclui congelamento de salários em 2019 e a reposição de apenas 60% da inflação em 2020.
Além disso, a GM e demais montadoras foram agraciadas pelo governador de São Paulo, João Dória, com a isenção de 25% do Imposto Sobre Circulação de Mercadoria (ICMS). A contrapartida prometida seriam novos “investimentos”.
Para garantir seus superlucros, os trabalhadores são os primeiros a serem atingidos. Só em março, foram demitidos 987 trabalhadores. Em 12 meses foram 1.241 vagas fechadas. O quadro de 130 mil funcionários é o menor desde janeiro do ano passado.
VENDAS
As vendas em março, diferentemente da produção, ainda se mantiveram com variações positivas. Em março 209,1 mil unidades foram vendidas ou +0,9% em relação ao mesmo mês do ano passado e +5,3% na comparação com fevereiro.
Essa diferença entre emplacamentos e produção se deve aos estoques e à importação de veículos.