O resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, referente ao mês de novembro, que mostrou um saldo negativo de 12.292 postos de trabalho, foi uma ducha de água fria na propalada recuperação econômica do governo. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (27). A insistência de Temer em manter congelados os investimentos e cortar salários e direitos trabalhistas não podiam levar a outro resultado que não o de manter e agravar a estagnação econômica em que o país se encontra.
Além do resultado negativo mensal, nos últimos 12 meses, o saldo também é negativo, com a destruição de 178.528 postos de trabalho, uma retração de 0,46%. O único setor que empregou mão de obra no mês de novembro foi o comércio, que contratou 68 mil pessoas. Este resultado se deveu às contratações, em sua maioria temporárias, ligadas à compras de fim de ano. A previsão é que o setor volte a demitir em dezembro.
A indústria de transformação continua estrangulada e fechou 29.006 postos de trabalho em novembro. A construção civil segue se arrastando e fechou mais 22.826 vagas. O setor de serviços, que costumava compensar as perdas em outros setores, também apresentou saldo negativo de 2.972 vagas em novembro. E o setor da agropecuária fechou mais 21.761 vagas no mesmo período.
A análise por região mostra que as áreas mais atingidas pelo desemprego são aquelas onde a indústria está mais sofrendo com os cortes de investimento praticados pelo governo. A região Sudeste perdeu 16.421 postos de trabalho. No Centro Oeste foram 14.412 desempregados e no Norte, 398 postos foram fechados. A região sul criou 15.181 postos e a região Nordeste abriu 3.758 vagas.