
Setor de Serviços foi o principal responsável pela geração de empregos com a criação de 136.109 vagas
O mercado de trabalho brasileiro apresentou saldo positivo de 257.528 vagas com carteira assinada em abril, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quarta-feira (28) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O resultado decorre do saldo de 2.282.187 admissões contra 2.024.659 desligamentos no período.
O desempenho de abril supera tanto o resultado registrado no mês anterior – quando foram criados 71,6 mil postos – quanto o de abril de 2024, que teve saldo líquido de 239.886 vagas, considerando a série com ajuste sazonal.
Em abril, os cinco setores da economia tiveram abertura de postos formais de trabalho. No entanto, os destaques vem do setor de serviços, gerador de 136.019 vagas no mês, e da indústria geral que abriu 35.068 postos, dos quais 31.199 foram na indústria de transformação.
A construção civil registrou 34.295 novas vagas, enquanto o comércio e reparação de veículos somaram 48.040 contratações. Já a agropecuária, produção florestal, pesca e aquicultura criaram 4.025 empregos formais.
Além das vagas tradicionais, houve abertura líquida de 39.284 postos intermitentes, de aprendizes, temporários e contratos com carga horária reduzida, resultante de 297.776 admissões e 258.492 desligamentos. Essa categoria é considerada como postos de trabalhos atípicos.
Nos primeiros meses de 2025, o país gerou 922.362 empregos formais, número inferior ao mesmo período do ano passado, quando foram abertas 965,5 mil vagas (série com ajuste). Os setores que mais contribuíram neste ano foram serviços (504.571 postos), indústria (190.477) e comércio (135.202).
JUROS ELEVADOS
Ao divulgar os números do Caged de abril, em coletiva de imprensa, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, voltou a criticar os juros altos no Brasil, promovidos pelo Banco Central (BC).
Marinho avalia que o desemprego no Brasil não vem avançando, como deseja o BC, por conta das políticas de incentivo econômico que o governo vem implementando, como programas de financiamento pelo BNDES à indústria e da liberação do FGTS e de crédito aos trabalhadores.
“Nós estamos fazendo quase que um milagre para conseguir manter a economia funcionando e ainda criar novos empregos, porque, de fato, os juros estão excessivamente elevados”, critica o ministro. Desde setembro de 2024, o BC vem elevando o nível da taxa básica de juros (Selic), que hoje se encontra em 14,75% ao ano, para inibir os investimentos e o avanço da geração de empregos no país.
“A gente sempre registra e chama atenção para isso”, complementa Luiz Marinho, “o empresariado está reclamando muito dos juros… É importante considerar esse aspecto, porque não podemos perder a nossa capacidade de sustentar o funcionamento da economia, como estamos fazendo agora”.