Brasil gerou 85.147 mil empregos formais em outubro, uma queda de 35% na comparação com o mesmo mês do ano passado
Em outubro de 2025, o Brasil gerou um total de 85.147 mil postos de trabalho com carteira assinada, segundo dados do Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (Novo Caged), divulgado nesta quinta-feira (27). O resultado corresponde ao saldo de 2.271.460 admissões contra 2.186.313 desligamentos no mês. Em setembro deste ano, o país havia gerado 213.002 mil postos.
O emprego celetista também diminuiu 35% quando comparado com outubro do ano passado, época em que foram criados cerca de 131,6 mil empregos com carteira assinada.
Para o mês de outubro, esse é o pior saldo de vagas formais de trabalho da série histórica do Novo Caged, com início em 2020.
Em coletiva à imprensa, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, criticou mais uma vez o Banco Central, por estabelecer uma taxa base de juros (Selic) de 15%, que está travando os investimentos produtivos, inibindo o consumo e, consequentemente, desacelerando a economia do país, gerando desemprego.
“Venho chamando atenção desde maio, para a necessidade do BC, que tem responsabilidade de monitoramento e das decisões de aumento, manutenção e redução da Selic, que era preciso olhar com atenção, que a economia ia entrar num processo de desaceleração. O emprego está crescendo, mas com uma velocidade inferior do que seria possível estar crescendo”, criticou.
“É momento, mais que urgente, do Banco Central tomar medidas em relação ao monitoramento das taxas de juros, porque há um grande entendimento que é isso que está inibindo o ritmo dos investimentos”, disse Marinho. “Tem de liberar investimento para alargar a capacidade de produção do país, que é outro meio de controlar a inflação. Não é somente pela restrição pelos juros altos. Isso eu diria que não é a forma mais inteligente de monitorar a economia sobre esse aspecto”, condenou.
Segundo a pasta, apenas dois dos cinco grandes grupos de trabalho assinalaram saldo positivo em outubro: serviços, com 82 mil postos criados, seguido por comércio (25,6 mil).
A indústria com um todo perdeu 10 mil postos, saldo de 305.195 admissões x 316.944 demissões. Quando observado o emprego detalhado por Grupamento de Atividades Econômicas, a indústria de transformação apresenta um saldo negativo de menos 11.749 postos.
Também houve mais desligamento do que admissões na Construção (-2,9 mil postos) e na agropecuária (-9,9 mil postos).
Dos 85.147 postos de trabalho gerados no mês de outubro, 27.460 mil são considerados não típicos: aprendizes, intermitentes, temporários, contratados por CAEPF e com carga horária de até 30 horas.
No acumulado do ano de 2025, ao todo foram criados 1,8 milhão de empregos com carteira assinada, sendo 405.893 mil considerados atípicos.
No ano até outubro, o setor de Serviços lidera na criação de empregos formais, com saldo de 961.016 postos, crescimento de 4,2%; seguido pela Indústria geral, saldo de 305.641 postos de trabalho, um crescimento de 3,4%, com destaque para as indústrias de transformação, que geraram 276.987 mil empregos no ano.
Já o Comércio registrou um saldo positivo de 218.098 postos formais de trabalho (+2,0%); a Construção criou 214.717 postos (+7,5%) e a Agropecuária apresentou saldo positivo de 101.188 postos de trabalho (+5,6%).
Em outubro deste ano o salário médio real de admissão foi de R$ 2.304,31, um aumento de R$17,28 em comparação com o valor de setembro que foi de R$ 2.287,02. Frente a 2024, o aumento foi de R$ 54,45 (+2,4%).
De acordo com Ministério do Trabalho, os trabalhadores considerados típicos o salário real de admissão foi de R$ 2.348,20 no mês passado, enquanto para os trabalhadores não típicos ficou em R$ 1.974,07, sendo 14,3% menor que o valor médio.











